Operação Overclean mira esquema de corrupção e desvio de R$ 1,4 bilhão em órgãos públicos
A Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal do Brasil (RFB) e a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (10) a Operação Overclean para desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A ação conta com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations - HSI) e afeta, entre outros órgãos, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
As equipes estão cumprindo mandados de busca e apreensão e medidas cautelares de afastamento de funções em cinco estados: Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Até o momento, oito servidores públicos foram afastados de suas atividades.
As investigações apontam que o grupo criminoso atuava direcionando recursos públicos provenientes de emendas parlamentares e convênios para empresas ligadas a administrações municipais. As irregularidades envolviam:
Segundo relatórios da Receita Federal, o esquema movimentou cerca de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões apenas em 2024, através de contratos celebrados com órgãos públicos.
Os investigados poderão responder por crimes como fraude em licitações, peculato, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, as penas podem ultrapassar 50 anos de reclusão, além de multas.
Batizada de Overclean, a operação simboliza o compromisso das autoridades em combater a corrupção e assegurar a transparência na aplicação de recursos públicos. O uso da expressão latina "Erga Omnes" (contra todos) reforça o alcance da ação, que mira todos os envolvidos no esquema criminoso.
A PF segue com as investigações para identificar outros participantes e recuperar os valores desviados.