Há cerca de 5 anos a proprietária e diretora da Fazenda Santa Quitéria, Maria Thereza Reis de Oliveira, decidiu encarar a fazenda como um negócio da família, deixando a genética, paixão do marido Marcos Helder, de lado e focando na produção de leite. “Nessa vontade de mudar a gente se deparou com alguns questionamentos do tipo: ‘Mas por que vocês vão tirar leite? Vocês estão buscando problema, né?’, que serviram mais como uma alfinetada e deixava claro que a gente tinha que correr atrás e lutar pelo negócio, que não ia ser muito simples”.
A propriedade, que em 2013 atingiu posição de destaque nas exposições de animais girolando, viu a vocação pelo leite falar mais alto e, com o auxílio de um time de consultores especialistas na área, desenvolveu processos, aprimorou a gestão de pessoas e montou uma equipe dedicada e empenhada no que faz.
“Aqui a gente faz questão de destacar que todo mundo tem um papel fundamental na fazenda. Quem passa o trato não está só passando o trato, está nutrindo as nossas vacas, deixando elas mais saudáveis para que elas possam produzir leite de qualidade e em ótima quantidade! A pessoa responsável pelo bezerreiro não está só cuidando da saúde das bezerras, ela está prezando pela genética do nosso rebanho...”, conta Maria Thereza, sem esconder o sorriso. “Eu brinco que os nossos funcionários não vestem a camisa, eles são a camisa da empresa! Eles compram as ideias, estão ali com a gente e trazem muitas coisas importantes para o dia a dia da propriedade”.
Com o sistema de gestão à vista, onde os funcionários conseguem visualizar seus resultados em tempo real, utilizar a tecnologia como uma aliada na realização dos processos faz parte do dia a dia da propriedade. Na Fazenda Santa Quitéria, a automatização e digitalização dos dados proporcionam maior agilidade, segurança e clareza no controle das atividades no campo, além de reunir de forma prática uma quantia importante de informações relevantes que auxiliam na tomada de decisão.
“Nós trabalhamos com relatório na mão! Todos os funcionários e consultores da fazenda gostam da quantidade de dados e informações que o Ideagri, o software de gestão que nós usamos, pode dar. É tudo muito prático, fica mais organizado. Para separar os animais para a secagem, por exemplo, é mais prático do que com um caderninho. A mesma coisa é a gestão do estoque, por menor que seja a fazenda, é mais fácil ter informações centralizadas sobre o que precisa pedir de medicamento, de insumos, sem correr o risco de faltar”, explica.
A adoção de um sistema de gestão robusto foi uma preocupação e uma necessidade quando Maria Thereza e o marido decidiram entrar de cabeça na pecuária leiteira. “Quando você encara a fazenda como um negócio e quer que ela seja viável, entender o que está acontecendo é indispensável. Sendo assim é impossível trabalhar sem um sistema de gestão! Principalmente porque a gente não precisa estar lá dentro da fazenda para ver como estão as coisas, as contas, o estoque... a gente consegue saber isso estando longe também”, comenta a pecuarista que reside em Belo Horizonte, cerca de 100km de distância da propriedade em Pará de Minas.
Treinamento é pilar essencial
Para que o sistema de gestão realmente entregue todas as suas competências e facilite o dia a dia da fazenda, é importante que os funcionários saibam utilizar a ferramenta de maneira adequada. Para isso, treinamento e suporte de equipe são fundamentais.
“A gente tem uma preocupação muito grande de que a nossa equipe saiba usar o Ideagri e, sempre que acho necessário, peço treinamento. Porque hoje a fazenda realmente não roda sem um sistema de gestão! Cada dia mais buscamos entender o que os dados querem nos mostrar para tomar as melhores decisões”, declara.
Mas na fazenda, não é apenas o treinamento do uso do software que é essencial. De acordo com Maria Thereza, o grande diferencial da propriedade hoje é a sua gestão de pessoas e a preocupação em desenvolver cada um dos membros da equipe: “A gente não pega ninguém pronto! Por isso, temos uma preocupação genuína em desenvolver e mostrar para essas pessoas a importância do papel delas nos processos da fazenda, da relevância e da necessidade de que elas colaborem com os dados para que nosso trabalho fique melhor. São muitos pontos que acompanhamos no dia a dia, muitos números e dados, e eu tenho cuidado para que o funcionário, além de ser treinado, entenda cada ponto que é cobrado dele. Por exemplo, o pessoal da ordenha precisa entender, realmente, o porquê de anotar a temperatura que a água entra e que a água sai na hora de fazer a rotina de limpeza da ordenhadeira. Quando eles entendem o processo como um todo, tudo flui melhor”.
Indicadores como referência
Com um plantel de cerca de 75 animais em lactação e uma produção média de 30Kg de leite / animal / dia, a diretora da fazenda se sente realizada e orgulhosa em enxergar o patamar em que a propriedade está hoje, mas tem o desejo e a consciência de que ainda tem muito a crescer.
“Apesar da gente ainda ter o gado misto, com alguns animais ½ sangue e Gir, estamos sempre olhando e comparando os dados com os das grandes fazendas produtoras de leite. É um norte. A gente sempre olha o que pode melhorar, principalmente na parte de custo de produção, que é um índice que estou sempre atenta”, declara.
Pensar no futuro é essencial para o negócio, mas a atenção aos indicadores internos atuais da fazenda é o que impulsiona seu crescimento e bons resultados de maneira estruturada.
“Nós prezamos muito pelos indicadores de produção de leite e de qualidade do leite também. Acompanhar de pertinho CCS, CBT e Mastite tem uma importância imensa, e ficou mais fácil agora que nosso sistema de gestão consegue trabalhar com os dados da OnFarm, que tem a cultura na fazenda e ajuda a gente no controle da enfermidade. Essa integração nos ajudou demais!”, conta.
A diretora enfatiza também a importância dos indicadores reprodutivos, principalmente a taxa de prenhez, considerada por ela o principal indicador de eficiência da fazenda. “Eu sei que a fazenda está funcionando bem pela taxa de prenhez. E em conjunto acompanho de perto as taxas de concepção por período”. O foco nos índices reprodutivos também tem outro objetivo: os projetos para apurar o rebanho e ter um plantel 100% holandês estão à todo vapor, com genética de ponta sendo introduzida no plantel a cada nova geração de bezerras.
A fazenda conta inclusive com um setor de agricultura que, embora não seja o seu negócio principal, também passa por um sistema de gestão robusto e com foco nas pessoas. “Todas as nossas decisões, em todos os setores, são tomadas baseada nos dados. Mas o grande diferencial da fazenda, mesmo, é a gestão de pessoas – mais ainda do que manejo e os processos”, finaliza.
A fazenda Santa Quitéria utiliza desde o início de suas operações o sistema Ideagri, que auxilia na gestão otimizada da fazenda através de relatórios, indicadores e índices comparativos das maiores propriedades produtoras de leite do país.