Novos tempos, novas perspectivas: anos de distanciamento social por causa da pandemia de coronavírus trouxeram a revisão de prioridades e a definição daquilo que é essencial. As pessoas, como consequência do isolamento, voltaram a olhar para as suas casas priorizando soluções para o alívio, o bem-estar, o equilíbrio e a harmonia. Diante desse novo cenário, a realização de reformas trouxe também a ressignificação do viver e do morar. Assim, surgiram novas perspectivas para o setor de matcon.
De acordo com um levantamento realizado pela Associação Nacional de Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco) em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), o varejo da construção civil cresceu significativamente no ano de 2021, em torno de 16%, chegando a R$ 221,5 bilhões. Em 2019, foram 11% de aumento.
Desde o início da pandemia, os produtos mais vendidos são pisos, louças sanitárias, tintas, telhas, peças elétricas e hidráulicas e, claro, o cimento. Itens básicos que atendem todo tipo de construção e todos os níveis de classes sociais.
Para 2022, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) projeta aumento de 13,5%, estimativa maior que a do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo país. Além disso, hoje o segmento emprega 692,2 mil pessoas. O otimismo vem também em decorrência de mais dinheiro em circulação por conta do Auxílio Brasil; do saque aniversário do FGTS; do pagamento do 13º salário (nos âmbitos federal, estadual e municipal), entre outros.
Conforme a sondagem da indústria da construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o setor, com a contribuição de todos os seus segmentos (construção de edifícios, serviços especializados para construção e obras de infraestrutura) encerrou o primeiro semestre de 2022 com o maior patamar de atividades desde outubro de 2021.
Os índices positivos também partem do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A construção civil cresce há sete trimestres consecutivos. O resultado é inédito desde 1996. Os analistas do setor acreditam que todo esse cenário faz parte do ciclo positivo de negócios em andamento iniciado no terceiro trimestre de 2020.
A cadeia produtiva da construção é bastante forte no Brasil. O segmento detém a maior participação em termos de percentual no PIB nacional, com 56,6%. A arrecadação tributária (receita) da cadeia, em 2020, totalizou R$ 189,4 bilhões (impostos sobre produção e importação e renda e propriedade).
Para manter o mercado aquecido e garantir a estabilidade para os empreendedores, é importante buscar sempre informação, focar no processo, planejar e antever tendências. Para isso, os varejistas podem se aproximar das entidades representativas da construção civil como: Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias); Secovi (Sindicato da Habitação); e SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil). São organizações que têm forte atuação no mercado e disponibilizam estudos, pesquisas e outros materiais relevantes para os profissionais e gestores gratuitamente.
Outra dica é acompanhar os levantamentos feitos por fundações e demais entidades nacionais de pesquisa, como a FGV. Os dados serão muito importantes para as projeções do negócio. Participar ainda das feiras e dos eventos do segmento também é importante, pois nesses ambientes, além da possibilidade de networking e parcerias, é possível ter acesso a novidades, catálogos de serviços, cursos, webinars e debates sobre diversos aspectos que influenciam os canteiros de obras brasileiros.
Por fim, acompanhar os hubs de inovação e as construtechs são diferenciais competitivos que podem colocar a sua empresa à frente. Nos hubs de inovação, é possível encontrar startups da construção que foram criadas para desenvolverem soluções voltadas ao planejamento e à execução de obras. Devido ao crescimento acelerado nos últimos anos, buscam sempre novas tecnologias, consagrando-se bons locais para o acompanhamento das novidades do setor e a realização de novos investimentos.
* Por Patrícia Zanlorenci - CEO da Vellore Ventures
Sobre a Vellore Ventures
A Vellore Ventures é o braço de inovação do Grupo Vellore. Com foco no mercado matcon, a empresa paranaense é responsável pelas marcas Foxlux e Famastil, grandes players em importação e comercialização de produtos de iluminação, materiais elétricos, ferramentas de construção, jardinagem e linha agrícola. A companhia anunciou sua entrada no universo da inovação e startups por meio de uma parceria com a FCJ Venture Builder, multinacional líder em venture building.