O verão e o período de chuvas são uma das maiores preocupações para o setor agropecuário no Brasil, isso porque a infestação de parasitas, como o carrapato-do-boi, costuma aumentar com o clima quente e úmido. “Podemos dizer que os ovos desses parasitas estão no solo apenas esperando as condições favoráveis de umidade e temperatura para as larvas surgirem, sendo que cada fêmea de carrapato pode colocar no ambiente até três mil ovos”, explica Túlio Nunes, biólogo e CTO da Decoy Smart Control, desenvolvedora de soluções biológicas para controle de pragas.
A proliferação de carrapatos nos rebanhos traz grandes prejuízos ao setor. O carrapato-do-boi, cujo nome científico é Rhipicephalus microplus, tem origem no continente asiático e é extremamente prejudicial para um rebanho. A sua infestação interfere diretamente no peso dos animais, na redução da produção do leite, traz danos ao couro do animal e ainda transmite doenças, tais como a TPB (Tristeza Parasitária Bovina), que pode causar a morte do animal. Considerando que o agronegócio é um dos principais pilares econômicos no Brasil, as perdas são consideráveis. De acordo com os dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a perda para a pecuária com os parasitas supera R$ 12 bilhões por ano.
Planejamento e prevenção
Segundo o biólogo, uma das principais estratégias para combater e prevenir a infestação de carrapato-do-boi é conhecer bem o solo. “Quanto maior a temperatura e maior a umidade da região, mais rápido o carrapato se desenvolve e maior é seu número de gerações ao ano. Por isso, é fundamental que o pecuarista conheça o desenvolvimento do carrapato em sua região”, orienta Nunes.
Outra recomendação é preparar bem o manejo dos animais e a pastagem, atentando-se principalmente ao período do ano. Com isso, é possível mitigar alguns erros do transporte até o pasto, prezando assim pelo bem-estar do rebanho. “É recomendado que o tratamento seja iniciado pelo produtor antes da entrada das épocas chuvosas. Dessa forma, se evita que no período de maior infestação, o número de carrapatos esteja alto. Quando avaliamos a distribuição total dos carrapatos, a maior parte da população se encontra no ambiente. Cerca de 95% da população geral se estabelece nas pastagens e apenas 5% nos animais. Por isso, conhecendo o ciclo de vida do parasita e sabendo que é favorecido pelas chuvas, o pecuarista deve planejar o controle mais efetivo, de modo a reduzir infestações”, explica o especialista.
Túlio ainda complementa que o combate das gerações anteriores de carrapatos acaba sendo determinante para o controle das gerações seguintes. “A primeira geração de infestação do carrapato surge nos meses de primavera, por estar condicionada ao aumento da temperatura média e umidade relativa do ar (início do período chuvoso). É importante salientar que o desenvolvimento de cada geração sofre impacto direto da anterior. Por isso, o sucesso do controle depende da redução do parasita já na primeira geração. Tomar as medidas corretas de controle desde o início impede o crescimento da infestação e o controle é mais eficiente.
Controle biológico como aliado no combate às infestações
Além de cuidar do manejo do rebanho para evitar a proliferação, um dos aliados dos produtores é o controle biológico que substitui a utilização de agrotóxicos, que agridem o animal e o meio ambiente. A Decoy oferece uma solução voltada ao combate do carrapato-do-boi que é aplicada no ambiente e no próprio animal.
O controle biológico funciona a partir de uma tecnologia que utiliza organismos vivos que extinguem uma população de praga específica, tornando-a menos abundante e menos danosa. “Utilizamos esporos de fungos, inimigos naturais do carrapato, para controlar a praga. Ao entrar em contato com o carrapato, o esporo germina e se desenvolve no seu corpo, levando-o à morte. O tratamento estratégico nos animais e na pastagem garante um controle total da população de carrapato na propriedade, já que a maior parte da infestação está presente no ambiente”, afirma Nunes.
“O controle efetivo é fundamental para os animais expressarem o máximo de sua capacidade produtiva, permitindo que os investimentos em genética, reprodução, pastagem e nutrição possam exercer influência positiva sem a competição parasitária, trazendo uma maior rentabilidade ao produtor e ganhos para o setor como um todo”, conclui.