10/03/2023 às 14h50min - Atualizada em 11/03/2023 às 00h01min

Tribunal de Contas da União deve reverter de Augusto Nardes e determinar devolução imediata de joias

Tribunal de Contas da União deve reverter de Augusto Nardes e determinar devolução imediata de joias - Jornal O Sul

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Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) afirmam que há uma tendência de que o plenário reverta, na próxima semana, a decisão cautelar do ministro Augusto Nardes – e determine que as joias em posse do ex-presidente Jair Bolsonaro sejam transferidas imediatamente ao patrimônio da União.

Na próxima quarta-feira (15), o TCU deve definir uma auditoria ampla e imediata para examinar a situação de todos os presentes dados ao presidente Jair Bolsonaro nos quatro anos de mandato – e não só essas joias enviadas pela Arábia Saudita.

A decisão cautelar do relator Augusto Nardes que tornou Bolsonaro “fiel depositário” das joias, impedindo o uso ou a venda dos presentes causou forte contrariedade no TCU.

Na decisão individual, Nardes também determinou que Bolsonaro e seu ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sejam ouvidos nas investigações.

“Considerando o elevado valor dos bens envolvidos e, ainda, a possível existência de bens que estejam na posse de Jair Bolsonaro, conforme noticiado pela imprensa, entendo importante determinar que o responsável preserve intacto, na qualidade de fiel depositário, até ulterior deliberação desta Corte de Contas, abstendo-se de usar, dispor ou alienar qualquer peça oriunda do acervo de joias objeto do processo em exame”, escreveu o ministro.

Joias sauditas

O conjunto de joias que está em poder de Bolsonaro é composto por um relógio, abotooaduras, anel, caneta e uma mosbaha (espécie de rosário). Esse pacote chegou ao Brasil em outubro de 2021, na comitiva oficial do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A comitiva representou o governo em viagem à Arábia Saudita. Foi o governo saudita que deu as joias para a comitiva brasileira.

Bento Albuquerque e assessores passaram pela alfândega do aeroporto de Guarulhos sem declarar que estavam com as joias, o que contraria a lei.

Pacote driblou fiscalização

Esse pacote que está em poder de Bolsonaro driblou a fiscalização. Só que agentes da Receita, no dia do desembarque, revistaram a mochila de um assessor de Albuquerque e conseguiram encontrar outro pacote.

O conjunto encontrado pela Receita, que também não foi declarado pela comitiva, contém joias no valor de R$ 16,5 milhões. Para os fiscais no aeroporto, Albuquerque afirmou que os itens iriam para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Entendimento do TCU firmado em 2016 estabeleceu que presentes recebidos pelo governo brasileiro são patrimônio da União, não dos governantes. A única exceção são os itens “personalíssimos”, como roupas e comida. Joias não são consideradas itens personalíssimos.



Fonte: https://www.osul.com.br/tcu-deve-reverter-determinar-devolucao-joias/
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