O senador Sergio Moro (União-PR) reagiu nessa terça-feira (21) a uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que ele menciona uma mágoa em relação ao ex-juiz durante uma entrevista.
Enquanto comentava sobre o período em que esteve preso em Curitiba por decorrência das investigações da Operação Lava-Jato, Lula contou que quando era visitado por procuradores na sede da Polícia Federal (PF) e eles perguntavam se estava tudo bem, o presidente respondia:
“Não está tudo bem. Só vai ficar tudo bem quando eu f* esse Moro. Eu sempre dizia que estava lá para me vingar dessa gente. Sempre que entrava um delegado, eu falava: ‘Se prepare que eu vou provar [a inocência]”, disse Lula em entrevista à TV 247.
O ex-juiz da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, responsável por condenar o presidente em primeira instância em 2017, repudiou a fala do petista e destacou que “nunca se referiu a Lula dessa forma”:
“É uma fala de baixo calão, utilizando termos grosseiros, uma forma que nunca me reportei a ele. A gente vê aí algum desequilíbrio”, afirmou em entrevista à CNN Brasil. “Eu repudio veementemente. Acho que o presidente feriu a liturgia do cargo ao utilizar esse palavreado de baixo calão e nós temos que questionar quando isso é utilizado como forma de desviar o foco em relação às falhas e fracassos do governo atual”, opinou o senador paranaense.
Perguntando se interpreta a suposta “vingança” mencionada por Lula como uma forma do presidente provar sua inocência, Moro afirmou que sua interpretação é de que Lula estaria “se vingando da população brasileira”:
“A minha interpretação é que o presidente está se vingando da população brasileira porque o governo não tem apresentado os resultados. Disse que ia ter picanha e cerveja para todo mundo e nós vemos na verdade um crescimento econômico pífio”, criticou Moro.
Ao compartilhar o trecho da entrevista no Twitter, o ex-juiz destacou: “Chega de querer se vingar do povo brasileiro!”
“Nunca proferi palavras desse tipo. Eu fiz o meu trabalho como juiz e agora estou fazendo o meu trabalho como senador. Estou na oposição, mas na oposição racional”, ressaltou o paranaense durante a entrevista.