Criminosos da maior facção do País, suspeita de planejar um atentado contra autoridades, fugiram de um apartamento alugado para monitorar o senador Sergio Moro após imobiliária suspeitar dos documentos falsos apresentados por eles na assinatura do contrato. Essa é a conclusão de policiais federais responsáveis pela investigação, a partir de conversas interceptadas com a quebra do sigilo telefônico e telemático dos bandidos.
“(…) os apartamentos no Paraná, que nós perdeu, a casa, coloca tudo no tabuleiro. Essa casa, agora, que nós alugou, agora. A chácara que você alugou. Os caras, teve os gastos. Aí tem o apartamento, é só somar, também. Aí tem a casa que o Fala vai ajudar também”, diz um dos integrantes do grupo, em trecho destacado no pedido de prisão e de busca e apreensão.
Nas investigações, a PF identificou ao menos três imóveis alugados pelos suspeitos na capital paranaense. Nesse apartamento em questão, três homens se hospedaram entre os meses de setembro e outubro, mas “abandonaram o local sem comunicar nada e sem pagar o devido aluguel”, aponta o inquérito.
“Portanto, que as provas colhidas indicam que atos criminosos estão efetivamente em andamento na Cidade de Curitiba/PR há pelo menos seis meses, contando com a presença física dos investigados, compra de veículos, aluguel de imóveis e monitoramento de endereços e atividades do senador Sergio Moro”, afirmou a juíza federal Gabriela Hardt, na decisão em que autorizou a operação da última quarta-feira (22), que prendeu nove suspeitos.
Em outro apartamento, o monitoramento por drone identificou roupas no varal e tolhas estendidas na sala de casa. Outras diligências identificaram luzes acessas e sacolas de lixo, indicando a presença de pessoas ocupando o endereço.
Já numa outra casa, vizinhas afirmaram que, durante a estadia dos criminosos, “foram realizados alguns churrascos no local”. De acordo com esses relatos, os ocupantes da casa também seriam “muito bagunceiros” e teriam deixado “muito lixo espalhado”.
Soltura
Apontada pela PF como mulher do “cabeça” do plano de atentado contra o senador Sérgio Moro (União-PR), Aline de Lima Paixão recebeu autorização para aguardar a investigação em liberdade.
Ela havia sido presa na Operação Sequaz, que revelou as articulações do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e matar o ex-juiz da Lava-Jato. Com a decisão, Aline será monitorada por tornozeleira eletrônica.
A investigação afirma que ela “agiu diretamente na consecução do plano criminoso”. Aline teria armazenado códigos criados pelos criminosos para se referir aos comandos e aos alvos do plano. Sergio Moro era “Tokio” e sequestro era “Flamengo”.