24/03/2023 às 22h38min - Atualizada em 25/03/2023 às 06h01min

Plano era sequestrar Sérgio Moro no dia do 2º turno das eleições, relata juíza

Plano era sequestrar Sérgio Moro no dia do 2º turno das eleições, relata juíza - Jornal O Sul

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Em 71 páginas, a juíza federal Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, detalhou toda a investigação da Polícia Federal (PF) a partir do relato de uma testemunha protegida, ex-integrante do PCC, que revelou audacioso plano da facção para sequestrar o senador e ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Segundo a magistrada, foi cogitada ação contra o parlamentar na data do segundo turno das eleições, em 30 de outubro de 2022. Na última quarta-feira (22), a PF abriu a Operação Sequaz e prendeu 11 alvos.

Em meio ao planejamento da ação contra Moro, os integrantes da quadrilha também levantaram informações sobre a família do ex-juiz. Os dados eram anotados em um caderno espiral que foi apreendido.

A Polícia Federal pediu a prisão de 14 investigados. Gabriela mandou prender 11. Ela anotou que dentre os alvos há ‘integrantes do mais alto escalão do PCC’.

O principal alvo da Operação Sequaz chama-se Janeferson Aparecido Mariano, que usa os codinomes ‘Nefo’, ‘NF’ e ‘Dodge’. Ele é apontado pela PF como cabeça do núcleo do PCC encarregado da missão.

Segundo os investigadores, ‘Nefo’ era ‘responsável pela organização, financiamento, planejamento e execução do sequestro’ do ex-juiz. Ele é considerado uma liderança da ‘Restrita’, ala do PCC ‘responsável por matar ex-faccionados e também por cometer atos criminosos contra autoridades e agentes públicos’.

O braço-direito de ‘Nefo’ é Claudinei Gomes Carias, o ‘Nei’ ou ‘Carro’ ou ‘Carro sem moto leguas’. Segundo os investigadores, ele era responsável por ‘ações concretas na consecução do plano, com a realização de vigilância e levantamentos in loco sobre as atividades e endereço do senador’.

A PF indica ainda que ‘Nei’ cooptou outros investigados, entre eles uma mulher chamada Cintia, que ‘se mostrou a responsável pelo aluguel de uma chácara na região de Curitiba, que possivelmente seria usada como cativeiro’.

“Investimento”

Ao mandar prender os responsáveis pelo plano de sequestro de Moro, a juíza Gabriela Hardt destacou a ‘destinação de vultosos recursos financeiros e humanos’, indicando que os criminosos ‘prestavam contas’ sobre os valores dispendidos no planejamento da ação contra ‘Tóquio’.

A magistrada viu ‘grande investimento financeiro’ realizado pelo grupo. “Veja-se que em apenas uma prestação de contas analisada pela equipe policial foram descritos gastos que somaram mais de meio milhão de reais”, registrou.



Fonte: https://www.osul.com.br/plano-era-sequestrar-sergio-moro-no-dia-do-2o-turno-das-eleicoes-relata-juiza/
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