27/03/2023 às 21h39min - Atualizada em 28/03/2023 às 06h02min

Fazenda usada como cativeiro para tráfico internacional de mulheres que foi ocupada pelo MST será incluída na reforma agrária

Fazenda usada como cativeiro para tráfico internacional de mulheres que foi ocupada pelo MST será incluída na reforma agrária - Jornal O Sul

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A Superintendência de Patrimônio da União de Goiás, órgão vinculado ao Ministério da Economia, afirmou no último domingo (26), que deu início às tratativas com o braço estadual do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para incluir a antiga Fazenda São Lukas, em Hidrolândia (a 35 quilômetros de Goiânia) nos programas de reforma agrária. A propriedade, que pertence à União, foi invadida pelo Movimento dos Sem Terra (MST) na madrugada do sábado (25).

A fazenda foi desocupada ainda no começo da noite de domingo. Em nota, a Polícia Militar do Goiás afirma que seus agentes “dialogaram com os líderes do movimento e seus advogados” e que a saída dos sem-terra foi voluntária, “após conversas e negociações”.

Os sem-terra contabilizam que 600 famílias invadiram a propriedade.

A antiga Fazenda São Lukas se tornou propriedade federal em 2019. De acordo com a SPU (Superintendência de Patrimônio da União), o imóvel tem 678.588 metros quadrados. A fazenda antes pertencia ao suíço Pietro Chiesa, condenado por organizar, junto de outras nove pessoas, um esquema de tráfico internacional de mulheres e meninas para prostituição.

O esquema, que foi descoberto pelas autoridades em 2002, usava a fazenda como rota. O imóvel foi arrestado para a União, junto com demais bens do patrimônio de Chiesa e de outros condenados. O caso foi julgado pela Justiça Federal do Goiás.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, a SPU de Goiás também afirmou que possui um Acordo de Cooperação Técnica com o município de Hidrolândia para regularizar a propriedade da fazenda e planejar um novo destino para a propriedade.

“Abril vermelho”

A invasão da Fazenda São Lukas em Goiás acende um alerta para proprietários rurais pela proximidade com o “Abril Vermelho”, período no qual o MST costuma praticar invasões mais significativas. No sul da Bahia, o movimento protagonizou a primeira invasão de grandes proporções sob o terceiro mandato de Lula (PT), ao tomar três fazendas que pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose.

Os sem-terra afirmam que a invasão da fazenda de Hidrolândia teve como propósito fazer uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes” e fez parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A reportagem questionou sobre a possibilidade de novas invasões, mas MST e Polícia Militar silenciaram sobre o assunto.

O caso será acompanhado pela Polícia Civil goiana.



Fonte: https://www.osul.com.br/fazenda-usada-como-cativeiro-para-trafico-internacional-de-mulheres-que-foi-ocupada-pelo-mst-sera-incluida-na-reforma-agraria/
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