O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) retornou ao Brasil nessa quinta-feira (30), mas decidiu não voltar para sua casa no Rio de Janeiro. Ele trocou o condomínio Vivendas da Barra, na Zona Oeste da cidade, pelo Solar de Brasília, no bairro Jardim Botânico da capital federal. Assim como o Vivendas, a nova morada é localizada em uma região nobre, a pouco mais de dez quilômetros do Palácio do Planalto, e conta com piscina e película de privacidade.
A procura pelo imóvel para receber a família Bolsonaro e seus seis cães começou no início de janeiro. A ex-primeira-dama e o marido tinham como prioridade um lar em um local discreto e seguro. O condomínio escolhido é cercado por grades, guaritas com vigilantes armados e patrulhas que fazem rondas. De acordo com a Veja, o aluguel da residência custa R$ 12 mil.
Reformada para receber a família, a casa é de uma amiga de Michelle. Orientada pela equipe de segurança do ex-presidente, películas escuras nos vidros foram colocadas na residência para evitar que os novos moradores sejam vistos.
Bolsonaro já enviou para o local, na última semana, a sua motocicleta e o mini buggy de sua filha caçula, Laura. A casa de dois andares contém piscina e 400 metros quadrados com área construída, além de uma área verde com mais 795 metros quadrados. Na área externa do condomínio, há quadras poliesportivas, de futebol e tênis, salão de festas e academia.
O condomínio tem 1.220 casas, cerca de quatro mil moradores e 80 funcionários, entre seguranças e porteiros. Para assegurar a sensação de segurança aos moradores, a vigilância é feita por 140 câmeras. Exclusivamente para família Bolsonaro, homens do Exército e da Aeronáutica vão reforçar a segurança.
Discórdia
A chegada da família divide os futuros vizinhos do ex-chefe do Executivo. Enquanto alguns já planejam pedir fotos e visitas a Bolsonaro e Michelle, outros se preocupam com a segurança, rotina e tranquilidade da região.
Recheado de militares, o condomínio também tem pelo menos três apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nas eleições de 2022, as casas ao lado da do ex-presidente foram decoradas com adesivos de apoio ao petista. Além de, pelo menos, dez moradores do “Comitê de Luta Jardim Botânico”, que chegou a colocar um outdoor se posicionando contra a mudança de Bolsonaro para a região. O grupo, formado por moradores do condomínio e outros ao redor, também fizeram agenda de campanha para virar votos para Lula.
Os antigos moradores se preocupam que o ex-presidente aja dando “carteirada” para ter mordomias ou poder burlando as regras do condomínio. E também o receio de aglomerações na porta da casa de Bolsonaro, o que ocasionaria um aumento no fluxo de visitas e de apoiadores na porta e “desconforto com a presença de pessoas armadas”.