O União Brasil assumiu posição dúbia na CPMI do 8 de Janeiro. Se pelo Senado o partido deve indicar o senador Davi Alcolumbre (União-AP) para ajudar na defesa do Palácio do Planalto, na Câmara a escolha deve ser por dois oposicionistas declarados. O líder Elmar Nascimento (União-BA) já anunciou o deputado Arthur Maia (União-BA) como titular — ele também é cotado para presidir o colegiado. A tendência é que Elmar escolha ainda Kim Kataguiri (União-SP) como suplente. Ambos fazem oposição a Lula e ao PT.
O governo tem muita expectativa sobre como será o comportamento do União diante da CPMI. A ideia é testar se o partido, que indicou três ministros, está ou não com o Planalto.
Além de Alcolumbre, o União poderá indicar Soraya Thronicke (MS) como membros da CPMI do 8 de janeiro.
A ideia é que Alcolumbre ajude o governo na CPMI, como membro titular, a neutralizar os bolsonaristas. Soraya, por sua vez, tem postura independente, mas ganhou destaque na CPI da Covid por sua atuação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador Sergio Moro (PR) também pleiteava uma vaga no colegiado, mas não deve ser indicado pelo líder, Efraim Filho (PB).
O governo tem muita expectativa sobre como será o comportamento do União diante da CPMI. A ideia é testar se o partido, que indicou três ministros, está ou não com o Planalto.
Os governistas consideram que a defesa do governo na CPMI é algo inegociável com a base aliada.
Entre os indicados do União na Câmara, a expectativa é que o perfil dos indicados seja de nomes mais neutros. A escolha da legenda de Arthur Maia (BA) para a presidência, no entanto, não agradou especialmente a ala do governo que é da Bahia, onde Maia faz forte oposição.
O Partido Social Democrático quer escalar o deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) como representante do partido na CPMI do 8 de Janeiro. O político baiano de 70 anos é conhecido entre os colegas por não ter redes sociais, nem usar o WhatsApp, o que o deixaria distante da pressão de bolsonaristas na internet.
O PSD está na base do governo Lula, e os auxiliares do presidente contam com a ajuda deste e de outros partidos de centro para ter vantagem no colegiado e culpar o bolsonarismo pelos atos golpistas. Já os bolsonaristas desejam emplacar a teoria de que o governo facilitou os atentados em benefício próprio.