A Petrobras deve anunciar na semana que vem uma redução de até R$ 0,30 no preço da gasolina praticado nas refinarias. Caso se confirme, o corte equivalerá a aproximadamente 10%. A medida está em fase final de análise pela direção da estatal e deve incluir baixas de R$ 0,10 no valor do diesel (cerca de 4%) e R$ 15 no gás (botijão).
Na manhã desta quarta-feira (10), o assunto foi tema de reunião no Palácio do Planalto entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), junto com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prattes.
Não foi discutida a mudança da política de preços, por meio da qual os valores praticados pela estatal no Brasil devem acompanhar o mercado externo. A empresa deve fazer, porém, uma adequação na atual Paridade de Preços de Importação (PPI).
A avaliação é que o atual cálculo está defasado, deixando os valores vigentes no Brasil maiores do que realmente deveriam estar na comparação internacional. Isso não significa que a mudança na política de preços esteja descartada para um segundo momento, mais adiante.
Para o presidente Lula, a redução nos preços dos combustíveis é fundamental, já que contribui para reduzir a inflação. Com a queda da inflação, o governo espera também que o Banco Central baixe os juros. Além disso, os preços dos combustíveis têm reflexo imediato na popularidade do governo federal.
Assunto em aberto
Na noite desta quarta-feira (10), o comando da Petrobras emitiu um comunicado em que não confirma e também não nega a cogitação. O texto salienta que os ajustes de preços de seus produtos são realizados “no curso normal” de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados.
Conforme a empresa, esse procedimento compreende aspectos como a análise diária do comportamento dos preços que pratica, relativamente às cotações internacionais, o “market-share”, dentre outras variáveis, “sempre observando as práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.
“A Petrobras ratifica seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado nacional, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”, finaliza.