10/05/2023 às 21h57min - Atualizada em 11/05/2023 às 06h02min

Secretário-executivo do Ministério da Fazenda diz que não forçará redução de juros pelo do Banco Central: “Projeções de mercado já indicam corte no próximo semestre”

Secretário-executivo do Ministério da Fazenda diz que não forçará redução de juros pelo do Banco Central: “Projeções de mercado já indicam corte no próximo

Jornal O Sul
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Indicado para assumir a Diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC), o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, declarou nesta quarta-feira (10) que os juros podem cair no próximo semestre, mas não pelo novo cargo que ele poderá exercer, caso tenha o seu nome aprovado pelo Senado.

Segundo ele, esse cenário se deve às medidas que têm sido tomadas pela área econômica desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que resultou em taxas de juros de prazos maiores, câmbio mais favorável e projeções melhores para o superávit primário.

“Já está na curva do mercado uma expectativa de que possam existir cortes [dos juros] no segundo semestre”, frisou. “Se amanhã houver a entrada de outro diretor e alguns meses depois ocorrer algum tipo de alteração na taxa de juros, seria até leviano e equivocado do ponto-de-vista do que está ocorrendo afirmar de que foi resultado disso.”

Galípolo mencionou, ainda, o fato de que uma das orientações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é harmonizar as políticas fiscal e monetária. A indicação de seu nome poderá facilitar esse processo, em sua opinião: “Se a gente olhar para a história do Brasil mais recente, é muito comum que se utilize a política fiscal para compensar a política monetária e vice-versa”.

Expectativas no mercado

O secretário-executivo sublinhou que as duas políticas têm que correr no mesmo sentido. Na sua avaliação, atuar em direções opostas, com uma política fiscal mais expansionista possa compensar uma política monetária mais restritiva, atrapalha a economia e não é um jogo de soma zero.

Perguntado sobre o que acha da chamada Teoria Monetária Moderna, em que não há limites para a emissão de moeda pelo governo, ele respondeu: “Discutir os limites para o agente econômico que tem capacidade de emitir moeda é mais ou menos discutir se Deus existe ou não, mas a fé existe e a fé determina como as pessoas agem. No mercado, as convicções e expectativas de pessoas de mercado vão formar preços, vão comprar e vender ativos”.

Perfil do dirigente

Considerado uma peça importante na campanha presidencial de Lula da Silva e na equipe de transição de governo, Gabriel Muricca Galípolo tem passagem pelo mercado financeiro e uma postura heterodoxa em relação à economia, além de capacidade de diálogo e convencimento.

Essas características são vistas como importante fator de interlocução entre o atual governo e o empresariado. Ele também critica a política do teto de gastos e defende conceitos econômicos desenvolvimentistas, como o apoio do Estado na industrialização.

Rejeita, porém, a oposição de políticas públicas ao setor privado, optando por concessões, parcerias público-privadas (PPP) ou mesmo privatizações em determinados casos.

Apesar de não ser filiado ao PT, tem relações com o partido há mais de dez anos, quando ajudou, em 2010, na construção do plano de governo de Aloizio Mercadante, atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Como braço-direito do ministro Fernando Haddad, Galípolo tem a dura missão de gerir um rombo inicial de cerca de R$ 300 bilhões nos cofres públicos e acomodar uma demanda crescente por políticas públicas e promessas de programas sociais feitas na campanha. O titular da Fazenda considera que a atual situação financeira do País é fruto de benesses e desonerações fiscais concedidas sem critérios – comprometendo 3% do Produto Interno Bruto (PIB).



Fonte: https://www.osul.com.br/secretario-executivo-do-ministerio-da-fazenda-diz-que-nao-forcara-reducao-de-juros-pelo-do-banco-central-projecoes-de-mercado-ja-indicam-corte-no-proximo-semestre/

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