17/05/2023 às 23h24min - Atualizada em 18/05/2023 às 00h02min

Seis explicações inusitadas dadas por aliados do ex-presidente Bolsonaro

Seis explicações inusitadas dadas por aliados do ex-presidente Bolsonaro - Jornal O Sul

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Diante de denúncias de supostas irregularidades envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos últimos meses, como o recebimento de joias sauditas milionárias e fraudes envolvendo caderneta de vacinação, aliados têm vindo a público com frequência para defender o ex-mandatário das acusações. No entanto, algumas das explicações oferecidas acabam ganhando um ar inusitado.

Do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, as justificativas usadas por figuras próximas ao ex-presidente têm o objetivo de blindar o antigo chefe do Executivo ou de minimizar seu grau de participação nos fatos apurados. É na tentativa de “apagar incêndios”, porém, que surgem os argumentos pouco usuais, sobretudo nas últimas semanas. Relembre, abaixo, algumas dessas situações.

– “Surpresa” a Bolsonaro: No caso mais recente, Valdemar Costa Neto afirmou que o direcionamento de levar as joias sauditas apreendidas pela Receita Federal para o acervo pessoal de Bolsonaro pode não ter partido do ex-presidente, mas sim ter sido uma “surpresa” organizada pelo “pessoal dele”.

“Pode ser (que alguém estava interessado), mas pode ser que não tenha partido do Bolsonaro. “Vamos fazer uma surpresa aqui para o Bolsonaro, entregar essas joias, entregar para o governo, fazer alguma coisa. Porque nós não podemos deixar lá porque outro governo vai entrar e dizer que nós erramos “, afirmou o dirigente.

– “Fico com medo de xeretarem a minha vida”: Ainda em entrevista à GloboNews, Valdemar contornou questionamentos sobre uso de dinheiro vivo pela ex-primeira-dama, justamente durante o governo responsável pelo lançamento do Pix, modalidade de transferências instantâneas do Banco Central que passou a funcionar em 2020.

O dirigente partidário minimizou o uso de dinheiro em espécie, afirmando que ele mesmo prefere o uso físico para pagar seus funcionários.

“É mais fácil. Eu saco dinheiro da minha conta e dou para minha mulher. Eu fico com medo de ficarem fiscalizando e xeretando a minha vida”, diz.

– “Pão duro”: Depois de a Polícia Federal identificar que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usava o cartão de crédito da amiga Rosimary Cardoso Cordeiro, a defesa do ex-presidente afirmou que era feito dessa forma porque Bolsonaro era “muito pão duro”. Segundo os advogados, a justificativa teria partido da própria Michelle.

O uso do cartão foi revelado pela PF no curso das investigações sobre suposta participação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, no pagamento de contas do clã presidencial em dinheiro vivo. Pela investigação, o esquema passava pelo cartão de Rosimary, com quem Michelle trabalhou enquanto ocupava cargo de assessora na Câmara dos Deputados.

À época, Rosimary afirmou que se tratou de “apenas um favor pessoal” feito para uma “amizade verdadeira desprovida de interesse” e que o assunto “faz parte do passado”.

– Efeito de morfina: Em outra investigação, que apura a disseminação de fake news por Bolsonaro sobre o processo eleitoral, a defesa do ex-presidente alegou que ele estava sob o efeito de morfina quando fez uma publicação nas redes sociais questionando a lisura das urnas eletrônicas. À época, a postagem ficou no ar por cera de duas horas até ser apagada.

Segundo a defesa, o vídeo foi publicado enquanto ele estava internado nos Estados Unidos com obstrução intestinal, entre os dias 9 e 10 de janeiro. Para dar força ao argumento, os advogados do ex-mandatário apresentaram um prontuário que apontava o uso da medicação e um vídeo que ilustrava como ele teria cometido o erro de publicar o vídeo, ao invés de encaminhá-lo.

Quando compareceu à sede da PF para prestar depoimento sobre o caso, no final de abril, Bolsonaro destacou que a postagem foi feita por engano e que, na verdade, a intenção era enviar o vídeo para si mesmo.

– “Não tinha nem casa”: Depois que foi revelado que um terceiro lote das joias sauditas estava armazenado em uma fazenda do ex-piloto bolsonarista Nelson Piquet, o assessor especial do presidente, Fábio Wajngarten, explicou que isso ocorre porque Bolsonaro “não tinha nem casa” nem “havia decidido nem a casa onde iria morar”. Segundo Wajngarten afirmou no final de abril, quando o caso veio à tona, o acervo ficaria na fazenda temporariamente.

“O acervo do presidente se encontra armazenado temporariamente na fazenda do Nelson Piquet. No fim do mandato, com muitas coisas a serem resolvidas, o presidente não tinha nem casa, não havia decidido nem a casa onde iria morar. E havia 195 metros cúbicos de itens”, explicou o assessor. “Logo será remetido para outro lugar, tão seguro quanto, com armazenamento e temperatura adequados e logística propícia.”

– “Tenho tudo isso e não sabia”: Logo após ser noticiado o suposto esquema para trazer ilegalmente para o Brasil o primeiro conjunto de joias sauditas, avaliado à época em R$ 16,5 milhões, que seriam para a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro minimizou o caso nas redes sociais. Em um stories no Instagram, ela negou inicialmente que tenha recebido o conjunto de peças e disse estar rindo do episódio: “Quer dizer que eu ‘tenho tudo isso’ e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo, hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”.



Fonte: https://www.osul.com.br/seis-explicacoes-inusitadas-dadas-por-aliados-do-ex-presidente-bolsonaro/

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