18/05/2023 às 22h17min - Atualizada em 19/05/2023 às 06h02min

Coronel Mauro Cid fica em silêncio durante depoimento à Polícia Federal sobre suposta fraude em cartões de vacinação da família Bolsonaro

Coronel Mauro Cid fica em silêncio durante depoimento à Polícia Federal sobre suposta fraude em cartões de vacinação da família Bolsonaro - Jornal O Sul

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Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid ficou em silêncio durante seu depoimento na tarde dessa quinta-feira (18) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. Preso desde o início do mês, após deflagração de operação da PF, o então braço direito de Bolsonaro é investigado no inquérito que apura suspeitas de fraude em certificados de vacinação.

Esta foi a segunda oitiva do tenente-coronel – na primeira oportunidade, também ficou em silêncio. Com isso, a estratégia da defesa é tentar negociar uma espécie de delação premiada, no objetivo de atenuar uma possível condenação do militar.

Este é o temor de parte dos aliados do ex-presidente. A preocupação cresceu após o advogado Rodrigo Roca deixar a defesa do militar na última semana. No entanto, o advogado Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, afastou qualquer receio. “O silêncio dele [Cid] é tecnicamente impecável”, argumentou Wajngarten.

“Se o laudo pericial no celular de Mauro Cid não foi anexado aos autos do inquérito, ele não pode se defender se não sabe do que está sendo acusado”, afirmou Wajngarten.

Mauro Cid chegou às 14h22 à sede da Polícia Federal e saiu 40 minutos depois. Ele foi escoltado por homens da Polícia do Exército. O advogado do militar, Bernardo Fenelon, deixou a sede da PF sem falar com a imprensa.

Operação Venire

A operação da PF contra o ex-presidente e alguns de seus principais auxiliares foi deflagrada no dia 3 de maio. Na ocasião, Cid também ficou em silêncio.

Segundo as investigações, as informações falsas que comprovariam a aplicação de vacinas no ex-presidente, na sua filha, Laura, no ex-assessor e em familiares, teriam sido inseridas no sistema do Ministério da Saúde e apagadas logo depois para gerar um certificado que seria utilizado em viagens internacionais.

Na terça-feira, em depoimento prestado à PF, Bolsonaro negou ter conhecimento da suposta fraude. Homem de confiança de Bolsonaro durante a gestão do ex-presidente, Cid teve o sigilo telemático e fiscal quebrado após decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O tenente-coronel também é considerado peça fundamental para esclarecer outros dois pontos: articulação sobre possível golpe de Estado após as eleições do ano passado e transações financeiras suspeitas envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro

Nesta quinta-feira, em visita ao gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) logo depois de o tenente-coronel deixar a sede da PF, o ex-presidente fez questão de se desvincular do ex-assessor e de qualquer eventual ilícito. A jornalistas, disse que pede “a Deus” para que o ex-auxiliar não tenha errado.

“Não tenho conversado com ele. [A investigação] está em segredo de justiça, apesar de vazar. Vi no rodapé de uma TV que ele [Cid] ficou em silêncio [em depoimento à PF]. Isso é ele com o advogado dele”, declarou. Após fazer elogios ao ex-ajudante de ordens, finalizou dizendo que “cada um siga a sua vida”.



Fonte: https://www.osul.com.br/coronel-mauro-cid-fica-em-silencio-durante-depoimento-a-policia-federal-sobre-suposta-fraude-em-cartoes-de-vacinacao-da-familia-bolsonaro/

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