O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a ministros do Supremo que enviará, na semana, ao Senado, o nome de Cristiano Zanin para a vaga na Corte. Na noite de sexta, Lula fez um churrasco no Alvorada e, entre os presentes, estavam os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril, abrindo esta vaga.
O presidente já havia sinalizado que estava próximo de liquidar o assunto. Desde abril ele vem sendo cobrado a bater formalmente o martelo sobre a nova composição do STF. Nas conversas na confraternização no Palácio, Lula sinalizou que a próxima vaga, que será aberta em outubro com a aposentadoria de Rosa Weber, não será de nenhum dos nomes cotados até o momento.
Lula optou por Zanin porque tem forte relação de confiança com o advogado, que o defendeu durante a Operação Lava-Jato. Ele é responsável pelo pedido de habeas corpus no STF que resultou nas anulações das condenações de Lula. Desde que chegou ao Planalto, o presidente vem se cercando de pessoas que o apoiaram durante os 580 dias que permaneceu preso em Curitiba.
O nome de Zanin ainda precisa ser sabatinado no Senado, mas não deve enfrentar resistências, a despeito dos conflitos de interesse que podem surgir em casos envolvendo a Lava-Jato ou o próprio presidente da República.
Zanin não era o nome preferido dos ministros do STF, nem de advogados do Prerrogativas, grupo que combateu a Lava Jato. A escolha do advogado para o Supremo movimentou outras peças no tabuleiro do Judiciário.
Segundo reportagem da CNN, Lula almoçou na semana com o ministro Alexandre de Moraes e o ministro da Justiça, Flávio Dino, no Planalto. O tema da conversa foi a indicação dos dois novos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No fim da tarde, o próprio Moraes anunciou a escolha de Floriano de Azevedo Marques e André Ramos – ambos nomes apoiados por ele. Segundo fontes, Lula consolidou a força do ministro no TSE para compensar não aceitar sua indicação para o STF.