Em 2021, o Chile foi o terceiro principal destino da carne bovina brasileira. Foram 110 mil toneladas exportadas, volume 22,4% maior que em 2020, aponta a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Tanto o lugar de destaque, abaixo apenas da China e dos Estados Unidos, quanto o rápido crescimento chamaram a atenção da Garra International, empresa de trading de proteína animal, que este ano ampliará suas operações no país vizinho.
O foco da Garra será justamente a carne bovina. A produção no Chile, de 141 mil toneladas, afinal, não alcança o consumo anual da população, de algo em torno de 475 mil toneladas – os números são do INE, o instituto de estatísticas do país. Há, na visão da empresa, espaço tanto para suprir essa demanda como para aumentá-la, e a expectativa é de vender, ao menos, US$ 60 milhões por ano.
“Nosso produto terá como origem o Brasil, o Uruguai e o Paraguai. Hoje já temos um colaborador da Garra no país, o trader Ivan Galleguilos, mas a intenção é ampliarmos o suporte local para acompanhar a entrega, garantir a qualidade e prover um alto nível de pós-venda”, afirma Matias Hees, CCO da companhia.
Segundo Matias, existe inclusive a possibilidade de abrir um braço da empresa no país para, em nome da Garra, realizar a importação e a distribuição. “Contudo, é preciso estudar com cuidado porque o Chile tem uma logística delicada para atender. Tal qual o Brasil, o transporte das mercadorias é feito por rodovias, a partir de caminhões”, diz.
Primeiros passos
Como reflexo das novas ambições, inspetores de qualidade da companhia, em conjunto com clientes do Chile, visitaram e inspecionaram as instalações de frigoríficos parceiros da companhia para garantir o respeito aos rígidos padrões de exigência para a exportação.
“Isso é um trabalho que a Garra oferece para garantir que o produto esteja de acordo com as especificações que almejamos. Nossos clientes buscam, além de um produto de qualidade, relações de confiança e conexões relevantes”, afirma Matias.
A Garra mantém operações em mais de dez países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Egito, e Austrália, e oferece soluções financeiras personalizadas para que todos possam comprar ou vender nos principais centros do mundo. Ela hoje negocia 120 mil toneladas de proteína animal por ano – vendidas a cerca de 500 clientes em mais de 60 mercados.