20/04/2022 às 09h03min - Atualizada em 21/04/2022 às 00h01min
Antibióticos injetáveis são recurso importante para a suinocultura
SALA DA NOTÍCIA Beatriz Priscila Pedrini
Por André Buzato, médico veterinário, mestre em sanidade e produção animal e gerente técnico de suínos da Vetoquinol Saúde Animal. Quarto maior fornecedor de carne suína no mundo, o Brasil produz cerca de 4 milhões de toneladas dessa rica proteína por ano, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A oferta de carne de qualidade em larga escala caminha em paralelo com avanço genético, eficaz controle sanitário e correto manejo nutricional. Aliás, a saúde dos animais tem estado cada vez mais em evidência, especialmente devido ao movimento global pelo uso prudente e responsável de antibióticos. Os suinocultores e técnicos devem dispor dos antibióticos somente nos momentos em que eles são indispensáveis. Dessa forma, aproveitamos o melhor dessa tecnologia e contribuímos para a redução da presença de resíduos acima de limites toleráveis em produtos destinados ao consumo humano. Assim, a escolha do antibiótico precisa ser cuidadosamente analisada. Além disso, a sensibilidade dos agentes bacterianos é um dos principais parâmetros a considerar na escolha do antibiótico injetável. São três as formas de aplicação: injetável, via ração e via água. Levantamento epidemiológico feito na União Europeia a longo prazo demonstrou alto padrão de sensibilidade do princípio ativo marbofloxacina em relação aos principais agentes bacterianos causadores das mais importantes doenças reprodutivas, respiratórias e digestivas. Assim, na escolha do antibiótico injetável, as especificações e os benefícios do fármaco também devem ser considerados. São eles: espectro de ação, características farmacocinéticas e farmacodinâmicas, eficácia, praticidade, segurança para a cadeia e custo-benefício. Nesse contexto, um novo conceito para antibióticos injetáveis ganha força e espaço no mercado: o SISAAB (Antibiótico de Curta Duração e Injeção Única). Trata-se da utilização de um antibiótico bactericida com dose elevada, que cura rapidamente o animal com mínimo tempo de exposição ao antibiótico, de modo que a imunidade natural seja privilegiada após a interrupção da infecção. O SISAAB utiliza a terapia baseada na Concentração de Prevenção de Mutação (CPM), definida como a Concentração Inibitória Mínima (CIM) da cepa mutante menos sensível. Na prática, isso significa o uso da dose de antibiótico 4 até 8 vezes acima da dosagem da CIM 90 para a população bacteriana da cepa mutante. A administração de marbofloxacina 16% na dosagem de 8 mg/kg tem apresentado resultados consistentes e muito eficazes contra as principais doenças respiratórias de origem bacteriana dos suínos, como diarreia em leitões, síndrome MMA (metrite, mastite e agalaxia) – atualmente denominada como Síndrome da Disgalaxia Pós-Parto (SDP) – e infecções do trato urinário por meio do conceito SISAAB. A marbofloxacina é o ingrediente ativo de Forcyl, desenvolvido pela Vetoquinol Saúde Animal – uma das 10 maiores indústrias veterinárias do mundo. O produto é o primeiro antibiótico injetável indicado para suínos à base de marbofloxacina. Com dose única, proporciona ação rápida e alta eficácia, com rápido retorno do animal ao seu ciclo de desenvolvimento. A aplicação pode ser realizada em todas as fases da produção e o período de carência é curto: 9 dias. O uso de Forcyl, por meio do conceito SISAAB, proporciona potente efeito bactericida, tem rápida eliminação e ampla indicação de uso, proporcionando benefícios em termos de eficácia, rapidez e segurança (baixo risco de resistência bacteriana). O antibiótico é indicado para infecções causadas por Escherichia coli (no intestino e no trato urinário, além da MMA) e por Pasteurella multocida, Actinobacillus pleuropneumoniae e Haemophilus parasuis (no trato respiratório). Soluções inovadoras como Forcyl representam uma opção inovadora para os principais desafios sanitários enfrentados pela suinocultura tecnificada, especialmente em um país com população superior a 56 milhões de suínos (dos quais quase 2 milhões são matrizes), de acordo com o Associação Brasileira Criadores Suínos (ABCS).