Dentre todos os fatores relevantes quando se pensa em sanidade dos equinos, as infestações por parasitas gastrointestinais se destacam pela incidência e pelos prejuízos que causam na equinocultura nacional, considerado um problema crescente e que está diretamente relacionado ao manejo e criação.
Infecções parasitárias do sistema gastrointestinais atingem animais de todas as faixas etárias e impactam de forma negativa o seu desenvolvimento, sua performance e o bem-estar animal. O comportamento natural do equino é susceptível a infecção parasitária, visto que quase todos os parasitas gastrointestinais que afetam a espécie realizam parte do seu ciclo de vida no ambiente, entrando em contato com a mucosa nasal e oral do animal, e até mesmo sendo ingeridos, durante a pastagem.
Por serem quase imperceptíveis ao início, as infestações parasitárias são as grandes vilãs da queda progressiva de performance dos equinos, com alguns sintomas se manifestando após condições de estresse, como parição, transporte ou mudança de manejo. A forma subclínica do problema é a mais prevalente entre o rebanho nacional, sendo facilmente confundida com outras afecções.
De forma geral, os principais sinais observados em animais infectados por endoparasitas intestinais vão desde alteração na pelagem, falta de apetite, dificuldade no crescimento e anemias, até problemas no sistema digestório que ocasionam desconfortos intestinais além de quadros de diarreia e/ou constipação. Dependendo do nível de infestação, estes desconfortos podem evoluir para quadros de abdome agudo e ocasionar o óbito do animal.
Nos animais com menos de 6 meses de idade, as infecções por Strongyloides westeri geram maior preocupação, já que as larvas deste parasita podem ser transmitidas via colostro, promovendo quadro agudo de diarreia, erosão da mucosa intestinal, fraqueza, hemorragia pulmonar, com grande possibilidade de óbito.
O Parascaris equorum é outro parasita de grande relevância na equinocultura mundial, responsável por causar caquexia em potros, além de quadros clínicos mais severos com obstrução e/ou intussuscepção intestinal, que exigem uma abordagem cirúrgica e podem promover óbito. Sua característica migratória também pode resultar em lesões de outros órgãos além dos intestinos, provocar restrição de fluxo sanguíneo em artérias, oclusões e tromboembolias.
A maioria dos endoparasitas que acomete os equinos apresenta preferência por diferentes regiões do sistema digestório, sendo Dictyocaulus arnfieldi um dos poucos vermes que se instalam nos pulmões, parasitando traqueia e brônquios, podendo gerar quadros de bronquite, tosse crônica, oclusões e atelectasia.
A maior parte das infestações parasitárias acontece nas épocas de chuva, onde o pasto mais verde e atrativo para os equinos traz consigo maior quantidade de larvas de parasitas, depositadas ali ainda em forma de ovos muito provavelmente pelas fezes de outro equino contaminado, sendo necessário que o controle sanitário abranja os animais e o ambiente.
Exames como a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) tem papel importante para o entendimento das dimensões da infestação no rebanho, auxiliando na elaboração de um programa de vermifugação específico para a propriedade. Equinos adultos também devem fazer parte do programa de vermifugação, tendo em vista que estes animais não se tornam imunes aos endoparasitas e são grandes disseminadores dos agentes pelo ambiente.
Entre a gama de opções existentes no mercado, os princípios ativos com mais resposta positiva para o tratamento das verminoses dos equinos são a ivermectina e o praziquantel.
A ivermectina tem um maior efeito sobre vermes adultos, promovendo paralisia e consequente morte. O praziquantel por sua vez é um antiparasitário de amplo espectro, que atua promovendo uma excitabilidade dos helmintos devido ao aumento de cálcio intracelular dos parasitas, consequente à inibição da bomba de sódio e potássio. Os helmintos se separam da mucosa intestinal e são expelidos junto com as fezes.
A associação de ivermectina com praziquantel não possui restrições para equinos jovens, sendo indicada para animais adultos e podendo ser administrada em éguas prenhes, atuando de maneira eficaz contra os endoparasitas mais relevantes para a espécie.
Os protocolos de vermifugação se iniciam ainda no início da vida do equino, aos 60 dias de vida e com doses consecutivas a cada 2 meses, até que o animal complete 1 ano. Aos animais adultos mantidos em regime de baias, a vermifugação é indicada a cada três meses, para os animais criados a pasto o procedimento é repetido a cada quatro meses.
Um programa de vermifugação eficaz atua tanto de maneira curativa e principalmente de maneira preventiva, incorporando boas práticas de manejo junto ao uso dos melhores antiparasitários disponíveis, a fim de prevenir perdas e promover maior sanidade, desempenho e bem-estar animal em todas as fases de sua vida.
A Ceva Saúde Animal disponibiliza em seu portfólio os vermífugos Padock Gel, cujo princípio ativo é a ivermectina, Padock Plus NF, a associação de ivermectina com praziquantel, e Handicap, que conta com ivermectina, praziquantel e ranitidina (potente protetor gástrico), para a proteção completa do seu equino contra parasitas intestinais.