O Rio Grande do Sul registrou nas quatro primeiras semanas de 2024 1.595 casos de dengue. O balanço atualizado desta semana, eleva para 1.622 casos confirmados. No ano passado, no mesmo período, foram 88. Conforme dados do Painel da Dengue da Secretaria estadual de Saúde, o aumento representa um número 18 vezes maior entre um ano e o outro.
Conforme o painel, o maior número de casos ativos no Estado em 2024 acontece na região Norte. Apenas a 2ª Coordenadoria Regional de Saúde, localizada em Frederico Westphalen, contabiliza 1.143 casos de dengue. O município com o maior número de confirmações é Barra do Guarita, com 268 casos. Já Porto Alegre possui apenas 24 confirmações, com outros 18 pacientes em investigação.
Desde que o painel foi criado, em 2015, o mês de janeiro com maior número de casos havia sido em 2022, com 303.
O RS conta com muitos municípios infestados. Além disso, há os eventos climáticos, com calor excessivo e chuva. Com isso, o acúmulo de lixo registrado em algumas cidades acaba propiciando o crescimento da criação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou nas quatro primeiras semanas deste ano mais de 217 mil casos de dengue. O número é mais do que o triplo de notificações do mesmo período em 2023, quando registrou 65.366. O balanço do MS ainda aponta para 15 mortes pela doença neste ano. Ao menos 149 óbitos seguem em investigação.
Altas temperaturas
Em dezembro, o ministério já havia alertado que as mudanças climáticas — com o início do período das chuvas e das altas temperaturas — influenciaria no aumento de casos de dengue, chikungunha e Zika.
“O que a gente observa é que, agora, nós temos elementos novos. A gente passa por um período de aumento das temperaturas, temos o fenômeno do aquecimento global, que vai impactar muito no comportamento das arboviroses e esse ano a gente teve ainda o componente do El Nino, que mudou também o comportamento das temperaturas registradas, nós estamos tendo um verão muito quente, e isso cria um ambiente muito favorável para a proliferação do mosquito, o que torna o momento muito atípico por conta disso”, disse o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti.
Nesse cenário, o governo anunciou o investimento de R$ 256 milhões para intensificar a vigilância e a prevenção das doenças.
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul