Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (12), a Polícia Civil gaúcha informou que dois homens estão presos preventivamente por suspeita de envolvimento na morte de um empresário mineiro de 41 anos. Ele estava desaparecido desde o início do mês e teve o corpo encontrado na manhã de domingo (11) em área de mata próxima a Santo Antônio da Patrulha (Litoral Norte).
O último contato da vítima aconteceu no dia 2 de junho, por telefone, em Novo Hamburgo (Vale do Sinos). Samuel Eberth de Melo era dono de uma revenda de veículos em Contagem (MG) e estava no Rio Grande do Sul para tratar de uma pendência de R$ 5 milhões, referente a 44 carros que ele enviou a um parceiro comercial gaúcho mas não recebeu o valor correspondente.
Além do monitoramento dos sinais emitidos pelo celular do empresário mineiro, foi determinante para a localização do cadáver a ajuda de um cão farejador: o animal latiu ao deparar com os óculos da vítima nas imediações do perímetro de busca. O cadáver estava coberto por folhas, telhas e outros objetos – segundo a Polícia Civil, os algozes não teriam conseguido enterrá-lo totalmente, devido ao o solo do local ser mais duro do que eles esperavam.
Atuaram nas buscas – ao longo de sete dias – equipes da Brigada Militar (BM), Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e Instituto-Geral de Perícias (IGP). Esse trabalho conjunto entre as forças de segurança do Rio Grande do Sul foi considerado fundamental pelo secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, e pelo Chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré.
Rastros e contradições
O primeiro a ser ouvido pelos investigadores foi o parceiro comercial gaúcho da vítima. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), inconsistências no depoimento motivaram o deferimento de prisão temporária (dois dias depois do desaparecimento de Samuel), posteriormente convertida em preventiva.
Também pesou contra ele o fato de ter comprado lonas, pás e outros itens compatíveis com as ferramentas necessárias para enterrar o corpo. Neste final de semana, a prisão temporária foi convertida em preventiva.
Já o outro indivíduo, capturado no sábado (10), é um suposto comparsa que teria participado tanto da morte quanto da ocultação do corpo. As identidades da dupla não foram divulgadas.
Translado para Minas
Após o reconhecimento por familiares, o corpo de Samuel foi transladado para Belo Horizonte (MG) no domingo. A família do empresário pediu que as autoridades não fornecessem detalhes sobre velório e sepultamento ou cremação. Ele deixa noiva e três filhos.
(Marcello Campos)