Em julgamento realizado na cidade gaúcha de Rio Grande (Litoral Sul), um homem foi condenado a 29 anos e quatro meses de prisão pelo homicídio da ex-companheira, na casa dela na Praia do Cassino, em julho de 2021. A vítima foi derrubada no chão e sofreu diversos golpes fatais na cabeça e rosto, que ficou desfigurado.
O Conselho de Sentença aceitou a tese do Ministério Público, que apontou como agravantes o crime de feminicídio, uso de meio que dificultou a defesa e meio cruel. Os jurados rechaçaram o argumento do advogado do réu, que tentou obter pena menor para seu cliente com base na ideia de que a própria vítima teria motivado as agressões.
Pela acusação, atuou no plenário o promotor de Justiça Marcelo Fagundes Fischer, titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Rio Grande.
Outro feminicídio
Já no Vale do Sinos, um indivíduo recebeu sentença de 24 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado – feminicídio, motivo torpe e meio cruel.
O crime ocorreu em maio de 2021 na cidade de Novo Hamburgo, quando ele espancou até a morte uma moça com a qual mantivera relação extraconjugal que resultara em um bebê, na época com 7 dias de vida.
Familiares da vítima estavam no local, mas não perceberam nada porque haviam sido dopadas pelo visitante. A mulher assassinada deixou outros dois filhos, um de 8 e outro de 6 anos.
Assassinato em clínica
Já em Sapiranga, também no Vale do Sinos, um homem foi condenado a mais de 22 anos de cadeia pela participação no assassinato de um monitor e ex-interno da clínica para dependentes químicos onde ele trabalhava. O crime foi cometido em 2018 com outras quatro pessoas, das quais uma morreu durante o curso do processo e as demais já foram julgadas no ano passado.
“O réu agora condenado foi quem degolou e ateou fogo à vítima”, ressaltou a promotora de Justiça Priscilla Ramineli Leite Pereira, que atuou em plenário.
Antes do homicídio em suas dependências, a clínica já havia sido fechada a pedido do Ministério Público, em processo sobre denúncias de tortura, maus-tratos e cárcere privado contra internos do estabelecimento, localizado no Morro Ferrabrás.
O homem morto, de 44 anos, fazia parte de um grupo de terapeutas e funcionários que chegaram a ficar presos durante um dia pela Polícia Civil, antes de serem soltos pela Justiça, no âmbito da investigação. Ele foi encontrado carbonizado e com as mãos amarradas por trás, em provável “queima de arquivo” ou desentendimento relacionado a possível testemunho contra os colegas.
(Marcello Campos)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul