Após três dias da visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan, a China continua condenando a viagem. A imprensa estatal da chinesa informou nesta sexta-feira, 5, que mísseis chineses sobrevoaram Taiwan durante as manobras militares executadas por Pequim. Essa é uma ação inédita e provocativa. O exército e o governo da China ainda não confirmaram formalmente que os mísseis sobrevoaram a ilha. As autoridades taiwanesas também se negaram a confirmar essa informação. Contudo, o ministério da Defesa de Taiwan afirmou que 68 aviões de combate e 13 barcos de guerra chineses cruzaram a “linha mediana” do estreito que separa a ilha da China continental. “Condenamos o exército comunista que cruzou deliberadamente a linha mediana do estreito, assediando por ar e mar ao redor de Taiwan”, disse o ministério em comunicado. A pasta denunciou exercícios militares “altamente provocadores”. A visita de Pelosi, que durou menos de 24 horas, irritou a China, pois o país considera a ilha parte de seu território e iniciou na quinta-feira os exercícios militares mais importantes de sua história ao redor de Taiwan, em seis áreas.
Esses acontecimentos vêm um dia depois da China lançar um míssil em direção a costa da ilha. As manobras militares devem prosseguir até meio-dia (hora local) de domingo. Até o momento, a China ignorou os protestos dos Estados Unidos e seus aliados, que disseram que não há “nenhuma justificativa” para os exercícios iniciados por Pequim após a visita de Pelosi a Taiwan. “Estas ações provocativas são uma escalada significativa”, disse Blinken após reuniões com os ministros das Relações Exteriores de países do sudeste asiático no Camboja. Para o secretário americano, a China tenta alterar o frágil “status quo” a respeito de Taiwan. Ele disse que advertiu o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante uma reunião recente na Indonésia, que Pelosi provavelmente visitaria a ilha. “O fato é que a visita da presidente da Câmara de Representantes foi pacífica. Não há justificativa para esta resposta militar extrema, desproporcional e que alimenta a escalada”. Blinken também disse que a posição dos Estados Unidos sobre Taiwan não mudou e que o país “não se deixará provocar” pelas ações da China.
*Com informações da AFP