Gustavo Petro, primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia, assumiu o cargo neste domingo, 7. O novo presidente promete transformações profundas em uma nação desigual e marcada pela violência do narcotráfico. O ex-senador de 62 anos, que abandonou a luta armada há três décadas, fez o juramento de posse às 15h locais (17h de Brasília), diante de uma grande lista de convidados internacionais. “Vai começar o primeiro governo que esperamos seja da paz. Que possa trazer à Colômbia o que não teve durante séculos, que é a tranquilidade e a paz. Aqui começa um governo que lutará pela justiça ambiental”, disse o presidente no sábado em um evento em Bogotá. O mais novo presidente, que sucederá o impopular Iván Duque, governará por quatro anos um país de 50 milhões de habitantes e que pela primeira vez entrará na órbita da esquerda na região. Ao lado de Petro, a ambientalista Francia Márquez, 40 anos, tomará posse como a primeira vice-presidente negra de uma nação que foi historicamente governada por homens brancos da elite.
Como proposta de governo, Petro anunciou um gabinete de diversas tendências, com as mulheres à frente de vários ministérios e a missão de executar diversas reformas. Entre as mudanças prometidas está o projeto para elevar os impostos aos mais ricos, ajustar a arrecadação e taxar as bebidas com açúcar, em busca de recursos para os planos sociais. Os colombianos estão expressando um otimismo cauteloso em relação ao novo governo. “Nunca fomos governados pela esquerda”, disse o motorista de ônibus Hernán Vargas, de 55 anos, no bairro de El Rocio, no sudeste de Bogotá. “Há muita esperança.”. “Sei que com ele teremos uma nova Colômbia”, afirmou Jorge Eliecer Alegria, 40, que cuida de sua mãe doente e espera melhorias no sistema de saúde sobrecarregado. Outros colombianos são mais reservados em suas expectativas em relação ao Petro. “Aqueles de nós que não votaram nele certamente têm preocupações, porque não compartilho muitos de seus ideais”, disse Daniela Giraldo, de 23 anos, no norte de Bogotá. O alto custo de vida preocupa, afirmou Giraldo, que trabalha com relações públicas. Ela também quer ver o progresso na educação e nos esforços de paz. “Se ele vai ser a mudança, espero que seja, e que faça bem”, disse ela.
*Com informações da AFP e Reuters