Sem se posicionar desde sexta-feira, o governo do Irã negou nesta segunda-feira, 15, que tenha qualquer envolvimento com o agressor do escritor Salman Rushdie, atacado quando estava prestes a se apresentar em uma palestra em Nova York. “Negamos categoricamente qualquer relação entre o agressor e o Irã. E ninguém tem o direito de acusar a República Islâmica”, afirmou Naser Kanani, porta-voz do ministério das Relações Exteriores. “Neste ataque, não consideramos ninguém além de Salman Rushdie e seus apoiadores dignos de culpa e até de condenação”, disse Kanani durante sua entrevista coletiva semanal em Teerã. “Ao insultar os temas sagrados do Islã e ultrapassar as linhas vermelhas de mais de 1,5 bilhão de muçulmanos e todos os seguidores das religiões divinas, Salman Rushdie se expôs à ira e à raiva das pessoas”, acrescentou. Esta foi a primeira reação oficial de Teerã ao ataque contra o autor de 75 anos, que está jurado de morte pelo Irã desde 1980 por causa de suas escritas, como o livro “Os Versos Satânicos”. Hospitalizado com ferimentos graves após o ataque, o escritor britânico está melhorando, segundo a família. Ele não precisa mais da ajuda de aparelhos para respirar e iniciou a recuperação, informou seu agente literário Andrew Wylie.