A Ucrânia admitiu nesta segunda-feira, 22, que aproximadamente nove mil dos seus soldados morreram desde o início da invasão russa, que completa seis meses no dia 24 de agosto, que também marca o 31º aniversário de independência do país. Ao discursar em um fórum em Kiev, o comandante em chefe do exército ucraniano, o general Valery Zaluzhny, disse que as crianças ucranianas precisam de atenção especial porque seus pais seguiram o ‘front’ e “provavelmente estão entre os quase nove mil heróis que foram mortos”. Esta é uma das raras declarações de oficiais ucranianos sobre as perdas militares nesta guerra. A estimativa anterior data de meados de abril, quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mencionou o número de três mil soldados ucranianos mortos e cerca de 10 mil feridos. Essa declaração vem em um momento em que a União Europeia (UE) estuda uma missão de “treinamento” do exército ucraniano diante de uma guerra que dura e parece que vai durar. “Exige um esforço não só de fornecimento de equipamentos, mas também de treinamento e ajuda na organização do exército”, comentou Josep Borrell em entrevista coletiva na Espanha. A proposta será discutida na próxima semana em Praga no Conselho de ministros da Defesa dos países-membros da UE.
Desde o início do conflito no Leste Europeu, “dez milhões de ucranianos deixaram seu país, é como se 20% dos espanhóis tivessem deixado a Espanha”, explicou, acrescentando que essa não é uma guerra pequena. “Estamos diante de uma guerra em larga escala, uma guerra convencional com meios extraordinariamente grandes e centenas de milhares de soldados”, disse. Dois aviões do exército dos Estados Unidos sobrevoarão vários países do sudeste da Europa nesta segunda-feira, numa nova demonstração de força para assegurar o “compromisso” americano ao lado dos membros da Otan no contexto da guerra na Ucrânia, anunciou por sua vez o comando americano. “Estamos em um momento em que a frente está se estabilizando. Mesmo que o exército russo continue tentando ofensivas (limitadas), vemos uma perda de ímpeto”, comentou o pesquisador do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), Dimitri Mini. “Moscou está em posição defensiva em grande parte da frente e parte de sua retaguarda na Ucrânia“, acrescentou. Esta tarde, os bombardeiros B-52 Stratofortress baseados no Reino Unido “realizarão sobrevoos em baixa altitude no sudeste da Europa”, explicou o Exército em comunicado.
*Com informações da AFP