O presidente da Rússia, Vladimir Putin, prestou sua última homenagem ao último líder soviético, Mikhail Gorbachev, que faleceu na terça-feira, 30. Em silêncio, o russo deixou flores ao lado do caixão do dirigente e permaneceu lá por alguns minutos. Apesar das condolências, ele não vai comparecer ao funeral, que será realizado no sábado, informou o porta-voz do Kremlin. “Sabemos que a cerimônia principal acontecerá em 3 de setembro, assim como o funeral, mas a agenda do presidente não permitirá sua presença”, declarou Dmitri Peskov, adiantando que haverá “elementos de um funeral nacional” durante o enterro, como, por exemplo, uma “guarda de honra”, e que a cerimônia será organizada “com a ajuda do Estado”. Gorbachev permaneceu no poder entre 1985 e 1991. A União Soviética chegou ao fim durante sua liderança, enquanto tentava salvar o país com reformas democráticas e econômicas. As mudanças que liderou provocaram um grande reconhecimento no Ocidente, mas também renderam o desprezo de muitos russos depois que o país enfrentou o caos econômico e viu a redução de sua influência internacional. Putin, que já chamou Gorbachev de maior catástrofe geopolítica do século XX e passou grande parte de seus mais de 20 anos de governo trabalhando tentando reverter seu legado, deixou as diferenças de lado e admitiu que o último dirigente soviético “teve um grande impacto na evolução da história do mundo” e guiou a Rússia em “período de mudanças complexas e dramáticas, e de grandes desafios de política externa, econômicos e sociais”.