Liz Truss derrotou nesta segunda-feira, 5, por 81.386 a 60.399, o seu adversário, Rishi Sunak, e se tornou a terceira mulher a assumir como primeira-ministra do Reino Unido. A ministra das Relações Exteriores aparecia como favorita para vencer a disputa, de acordo com as pesquisas. Ela estava 30 pontos à frente do ex-ministro das Finanças. Especialistas ouvidos pelo Portal da Jovem Pan dizem que ela vai ser uma boa escolha no que diz respeito à crise na Ucrânia, porém, eles alertam que suas ideias para economia podem “apresentar um risco para aumentar a inflação”, diz Igor Lucena, doutor em Relações Internacionais. Ela prometeu cortes imediatos de impostos, afirmando que a iminente recessão não é inevitável e que as mudanças após o Brexit das regras comerciais e financeiras herdadas da União Europeia permitirão estimular o crescimento. Truss tem pela frente um cenário desafiador: catástrofe do inverno, alto custo de vida, em particular com a elevação de 80% do teto da tarifa de energia a partir de outubro, maior inflação em 40 anos, pandemia de Covid-19 que ainda não acabou, varíola dos macacos, que está se espalhando rapidamente, e a guerra na Ucrânia, que não vai acabar nos próximos meses e está transformando o mundo em um lugar mais militarizado e inseguro. Ela vai precisar ser uma primeira-ministra de qualidade, como aponta Vinícius Vieira, professor da FAAP e Fundação Getúlio Vargas, acrescentando que o Reino Unido está carente de alguém bom nesta posição.
Fortalecida por sua carreira política, a chefe da diplomacia britânica Liz Truss emergiu como a grande favorita na corrida por Downing Street contra Rishi Sunak, prisioneiro de sua imagem de rico tecnocrata banqueiro. A ministra das Relações Exteriores tornou-se muito popular nas bases do Partido Conservador. Ela conseguiu se destacar perante a base do partido no poder com o entusiasmo dos convertidos, que representam menos de 200 mil membros, especialmente homens idosos e brancos, que decidem entre os finalistas o sucessor de Boris Johnson. Truss, de 47 anos, que por uma década trabalhou nos setores de energia e telecomunicações, foi nomeada chefe da diplomacia como recompensa por seu trabalho como ministra do Comércio Internacional durante a saída britânica da União Europeia. Nessa posição, a grande defensora do livre comércio, que votou pela permanência na UE antes de mudar de lado, conseguiu fechar uma série de importantes acordos comerciais pós-Brexit. Liz vai ser recebida na terça-feira, 6, pela rainha Elizabeth II em sua residência escocesa de Balmoral, algo inédito para a soberana de 96 anos. Tradicionalmente, a monarca recebe os novos chefes de Governo no Palácio de Buckingham, em Londres, mas por conta de suas dificuldades para viajar, ela fará diferente. Esta será a primeira vez que a chamada cerimônia de “beija-mão” acontecerá fora de Londres desde que o primeiro-ministro Winston Churchill deu as boas-vindas a Elizabeth II no aeroporto de Heathrow em 1952, quando ela se tornou rainha após a morte de seu pai enquanto estava viajando.
Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/liz-truss-derrota-sunak-e-e-a-terceira-mulher-a-se-tornar-premie-britanica.html