Elizabeth Alexandra Mary, mais conhecida como Rainha Elizabeth II, morreu nesta quinta-feira, 8, ao 96 anos, no Palácio de Balmoral, na Escócia. A informação foi confirmada pelo Palácio de Buckingham, citado por agências internacionais. Nascida em 21 de abril de 1926, ela era filha de Lady Elizabeth Bowes-Lyon e de Albert Frederick Arthur George, o duque de York, que assumiu a coroa após a renúncia de seu irmão, Edward – se tornando o rei Jorge VI. Apesar de ser a rainha há 70 anos, o que lhe confere o título de monarca britânica mais longeva, a história de Elizabeth mostra que, inicialmente, ela tinha poucas chances de assumir o trono britânico. Isso porque ela ocupava a o terceiro lugar na linha de sucessão, ficando atrás de seu pai e do seu tio Edward, primogênito da família e sucessor direto de Jorge V, avô de Elizabeth e rei quando ela nasceu. A mudança na linha sucessória aconteceu em 1936, quando Edward, agora rei Eduardo VIII, abdicou do troco para se casar com Wallis Simpson, uma norte-americana divorciada. A decisão levou Albert Frederick Arthur George a se tornar o rei Jorge VI, tornando Elizabeth, aos 10 anos, herdeira imediata ao trono britânico.
Em sua infância, Elizabeth foi batizada na igreja anglicana, seguindo uma tradição da família real britânica. Aos 13 anos ela conheceu Philip, príncipe da Grécia e da Dinamarca, com quem se casaria em 20 de novembro de 1947 Abadia de Westminster, em Londres, aos 20 anos. Um ano antes do casamento, no entanto, outro fato histórico marca a trajetória da então princesa: a participação na Segunda Guerra Mundial, especialmente no último ano do conflito, quando aderiu ao grupo de mulheres voluntárias do exército britânico, sendo treinada como motorista e mecânica, aos 19 anos. Após o fim da guerra, Elizabeth ficou noiva em julho de 1947 e se casou em novembro do mesmo ano. O casamento levou o então príncipe grego e dinamarquês a abandonar seus títulos reais, também sendo obrigado a adotar o sobrenome Mountbatten e a se converter ao anglicanismo. Primos de segundo e de terceiro grau, Elizabeth e Philip tiveram quatro filhos: Charles, nascido em 1948 e herdeiro do trono; princesa Anne, nascida em 1950; príncipe Andrew, que nasceu em 1960, e Edward, o caçula, de 1964.
A chegada de Elizabeth ao trono real aconteceu simbolicamente em 6 de fevereiro de 1952, aos 25 anos, dia em que seu pai morreu em decorrência de um câncer no pulmão. A herdeira do trono e seu marido Philip faziam uma viagem no Quênia representando o rei Jorge VI, que já havia se afastado de eventos públicos. Elizabeth retornou à Inglaterra no mesmo dia em que seu pai faleceu, dando início aos preparativos para a sua coroação, que ocorreu mais de um ano depois, em junho de 1953, na Abadia de Westminster, sendo a primeira a ser televisionada. Na época, Josef Stalin liderava a União Soviética, enquanto Mao Zedong e Harry Truman estavam à frente de China e Estados Unidos. O primeiro-ministro britânico era Winston Churchill, o primeiro de outros 15 primeiros-ministros que trabalhariam ao lado dela, incluindo Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, que exerceu o cargo de 1979 a 190. Até sua morte, Elizabeth II permaneceu rainha de 15 reinos, que incluem Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Jamaica, Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Granada, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Tuvalu.
Em 2017, a Rainha Elizabeth foi a primeira monarca britânica a receber o Jubileu de Safira, em comemoração pelo 65 aniversário de seu reinado. Em 2021, ela ficou viúva após a morte de Philip, aos 99 anos. Na ocasião, ela homenageou o marido em uma transmissão de Natal. “Seu senso de serviço, curiosidade intelectual e capacidade de tirar sarro de qualquer situação – eram todos irreprimíveis. Aquele brilho malicioso e questionador foi tão brilhante no final como quando o vi pela primeira vez”, disse a Rainha. Neste ano, Elizabeth recebeu homenagens pelo seu Jubileu de Platina pelos 70 anos à frente do trono britânico. As celebrações foram encerradas com desfile de carros estilizados, carruagens de papel, automóveis antigos e dos tradicionais soldados ingleses. Para os participantes, a surpresa foi a aparição da rainha na varanda do Palácio de Buckingham, em Londres, acompanhada de seus sucessores diretos da família real. A multidão cantava o hino britânico chamado “Deus Salve a Rainha”, em homenagem à Elizabeth II, primeira mulher soberana da Casa de Windsor, além de chefe da comunidade Commonwealth formada por 53 nações e Governadora Suprema da Igreja da Inglaterra. Na linha de sucessão do trono ela é seguida pelo seu filho Charles, pelo príncipe William e seu filho George, de 9 anos.