Milhares de pessoas aguardam há dias para poder dar o último adeus a rainha Elizabeth II, que faleceu na quinta-feira, 8. A fila chega a mais de 6 km, segundo o último dado de um rastreador do governo, entretanto, há especulações que chegue a 10 km. Os súditos esperaram com cobertores, cadeiras de camping, barracas e capas de chuva para entrarem no Westminster Hall, onde o caixão ficará exposto até segunda-feira, 19, às 6h30. A abertura para o público foi liberada nesta quarta-feira, 14, às 13h, após um cortejo do Palácio de Buckingham até o Parlamento britânico. “A noite foi bastante úmida, fria e molhada, mas eu tenho uma pequena cadeira e um guarda-chuva grande, então fiquei bem seco. Melhor que os outros!”, brincou Dan Ford, policial aposentado de 52 anos, que chegou na terça-feira à tarde com luvas e gorro. A imprensa britânica especula que quase 750 mil pessoas devem passar pelo local para a despedida da rainha, o que significará filas de quase 10 quilômetros às margens do rio Tâmisa dia e noite até 19 de setembro. Antes da abertura ao público, houve uma breve reunião entre o arcebispo de Canterbury Justin Welby e os membros da família.
As autoridades pediram às pessoas em Londres que usem roupas “adequadas” e alertaram que a espera pode demorar muitas horas. A imprensa local trabalha com espera de 30 horas. O público só poderá entrar Westminster Hall com uma pequena mochila, mas sem água ou comida. Uma procissão foi realizada, saindo do Palácio de Buckingham até o Parlamento britânico e foi acompanhada por uma banda da Guarda Escocesa e a banda da Guarda de Granadeiros, que interpretaram as marchas fúnebres de Beethoven, Mendelssohn e Chopin, além do terceiro movimento de sua Sonata para piano nº 2, também interpretada nos funerais dos primeiros-ministros britânicos Winston Churchill e Margareth Thatcher. O caixão, colocado em uma montaria puxada por cavalos, percorreu as ruas lotadas de Londres por 40 minutos, seguido a pé por Charles III e seus irmãos Anne, Edward e Andrews, assim como pelos filhos do novo monarca, William e Harry, juntos logo atrás de seu pai. Mais atrás, mas em uma limusine real, estavam a rainha consorte, Camilla, a princesa de Gales, Kate, a duquesa de Sussex, Meghan, e a esposa do príncipe Edward, a condessa de Wessex, Sophie.
O caixão de Elizabeth II será vigiado de perto por soldados até o dia do funeral, que deve reunir mais de 100 chefes de Estado, incluindo o presidente americano, Joe Biden, o rei da Espanha, Felipe VI, o imperador do Japão, Naruhito I, e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que já confirmaram presença. O enterro da soberana acontecerá no dia 19 de setembro no Castelo de Windsor em uma cerimônia privada, confirmando o fim de uma era. Ao mesmo tempo, Charles III assume o poder, mas seus primeiros passos também provocam polêmica, como durante a visita de terça-feira à Irlanda do Norte, parte de uma viagem pelas nações do Reino Unido que terminará na sexta-feira em Gales. Imagens divulgadas mostraram o novo rei irritado com uma caneta utilizada para assinar o livro de honra que parece perder a tinta. “Oh, Deus, eu odeio isso! (…) Eu não aguento essa maldita coisa”, disse o monarca.
*Com informações da EFE e AFP