As fortes chuvas que atingiram a Itália na quinta e sexta-feira, 16, deixaram ao menos 10 pessoas mortas na região central. Três estão desaparecidas, incluindo um menino de seis anos que estava com a mãe em um veículo. A mulher foi resgatada pelos bombeiros, mas a força da água levou a criança, segundo a agência AGI. A região mais afetada é a província de Ancona, onde muitas áreas ficaram sem energia elétrica e sem linhas telefônicas. “O centro histórico de Cantiano não existe mais. A praça principal foi tomada pela força da lama que invadiu e destruiu os bares, a farmácia, as lojas, levando todos os móveis, tudo”, disse Natalia Grilli, vice-prefeita de Cantiano, na região de Marche. De acordo com o jornal Corriere della Sera, na quinta-feira à noite foram registrados quase 400 milímetros de chuva, o equivalente à média de quase seis meses na região. “Caíram 400 mm de chuva em seis horas em uma área onde costuma cair 1.500 em um ano. Isso definitivamente está ligado à mudança climática e precisamos nos acostumar e nos adaptar. Este é o futuro, uma demonstração do futuro, precisamos construir a nossa resiliência”, explicou Paola Pina D’Astore, da sociedade italiana de geologia ambiental. As inundações causadas pelas fortes chuvas abriram debate na Itália sobre as medidas a serem tomadas contra a mudança climática, até porque, vários meteorologistas consideram que esses fenômenos se multiplicarão por todo o país nos próximos meses devido ao verão anômalo e à extensa onda de calor, com temperaturas recordes de até 42 graus em meio à maior seca dos últimos 70 anos. “Isso se chama crise climática, não mau tempo”, reagiu no Twitter a filial italiana do “Fridays for Future”, movimento juvenil em defesa do clima, enquanto o presidente da Cruz Vermelha italiana, Francesco Rocca, reconheceu que “está preocupado com o aumento de eventos climáticos extremos” em toda a península.
*Com informações da AFP