Um candidato ao Parlamento da Itália foi suspenso a cinco dias das eleições por elogiar Adolf Hitler nas redes sociais. Calogero Pisano era candidato pelo partido pós-fascista Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália) e estava cotado como o favorito para assumir o cargo. Calogero Pisano, líder do partido de Meloni na província de Agrigento, Sicília, e membro da direção nacional, foi suspenso “com efeito imediato” de suas funções internas, segundo um comunicado enviado pela formação partidária. “Ele não representa os Irmãos da Itália em nenhum nível e está proibido de usar seu logotipo”, sublinha a nota, que reconhece que ele pode ser sancionado judicialmente. Em uma publicação no Facebook de 2014, comentando o slogan lançado pelos Irmãos da Itália – “Itália acima de tudo” – com a foto de Giorgia Meloni, Pisano comentou: “Ele me lembra um grande homem de Estado de 70 anos atrás”, especificando que não estava falando de Benito Mussolini, mas de um ‘alemão’. Em outras publicações, ele expressou seu apego ao fascismo histórico. O partido pós-fascista Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália) foi responsável por demiti-lo e pôr fim à polêmica que poderia afetar sua líder, Giorgia Meloni, que concorre para a próxima primeira-ministra da Itália. Meloni quer dar ao seu partido uma imagem respeitável e esquecer suas origens, como herdeiro do Movimento Social Italiano (MSI), o partido neofascista fundado após a Segunda Guerra Mundial por partidários de Benito Mussolini.
O vice-presidente do Partido Democrata (centro-esquerda), Peppe Provenzano, reagiu ao caso denunciado pelo jornal La Repubblica. “Raízes profundas nunca congelam”, escreveu em sua conta no Twitter, lembrando que o partido de Meloni usa como emblema a chama tricolor verde-branco-vermelha, símbolo inventado em 1946 pelo grupo de veteranos fascistas que fundou o MSI. Ruth Dureghello, presidente da comunidade judaica de Roma, considerou “inaceitável que alguém que elogie Hitler possa sentar-se no Parlamento”. Giorgia Meloni, que nos anos 1990 assegurou que Mussolini era um “bom político”, recentemente afirmou que “os saudosos do fascismo não têm lugar” em seu partido. Em uma publicação realizada na segunda-feira, 20, Pisano lamentou o ocorrido e se desculpou. “Anos atrás eu escrevi coisas profundamente erradas. Tinha excluído meu perfil pessoal do Facebook porque tinha vergonha das coisas que tinha postado por engano.”, escreveu. “Não sei como é que a República os encontrou hoje, mas sou o primeiro a condenar essas expressões sem ambiguidades. Peço desculpas a quem se sentiu ofendido com aquelas postagens que depois de anos julguei indignas”, acrescentou.
*Com informações da AFP