Com a vitória da extrema-direita nas eleições legislativas realizada no domingo, 25, na Itália, Giorgia Meloni é a principal candidata a assumir como premiê. O partido formado pelos partidos Irmãos de Itália (FdI) e Liga e Força Itália (FI), venceu com cerca de 41% dos votos, de acordo com a primeira projeção. Se as previsões se concretizarem, Meloni será a primeira mulher a assumir como chefe de governo. Aos 45 anos, ela luta contra a “demonização” de seu movimento pós-fascista. De 2003, quando não chegou a obter 2% dos votos, até agora, a deputada conseguiu canalizar o sentimento de descontentamento e as esperanças frustradas dos italianos em relação às “ordens” da União Europeia, ao alto custo de vida e à incerteza dos jovens sobre o futuro e tornar-se a principal candidata para assumir a Itália. Seu lema é “Deus, pátria e família”. Suas prioridades são fechar as fronteiras para proteger a Itália da “islamização” e renegociar os tratados europeus para que Roma recupere o controle de seu próprio destino. Outra prioridade é lutar contra os grupos de defesa dos direitos LGBTQIA+ e contra o “inverno demográfico”, o envelhecimento de sua população, em um dos países com mais idosos do mundo.
Nascida no dia 15 de janeiro de 1977 na Roma, Giorgia Meloni é militante desde os 15 anos em associações estudantis classificadas como de extrema-direita, enquanto trabalhava como babá e garçonete. Ela já confessou que admirava o líder fascista Benito Mussolini e o definiu como ‘bom político. “Tenho uma relação serena com o facismo”, explicou Meloni alguns meses atrás, após afirmar que Benito Mussolini “fez muito”, embora tenha cometido “erros”, entre os quais listou as leis raciais, a entrada na guerra como aliado da Alemanha nazista e seu estilo de governo autoritário. Em 1996, tornou-se líder do sindicato Azione Studentesca, cujo emblema era a Cruz Celta. Em 2006, obteve o certificado de jornalista e também foi eleita deputada e vice-presidente da Câmara dos Deputados. Dois anos mais tarde, foi nomeada Ministra da Juventude no governo de Silvio Berlusconi. Sua juventude, tenacidade e a linguagem direta conquistaram as redes. Seu discurso ficou famoso em 2019, quando ela se definiu: “Sou Giorgia. Sou mulher, sou mãe, sou italiana, sou cristã”. Zelosa com sua vida privada, é mãe de uma filha nascida em 2006 e vive separada do pai da criança, um jornalista da televisão.
*Com informações da AFP