A primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss anunciou sua renúncia ao cargo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 20, 45 dias após ela assumir o cargo em 6 de setembro. Com isso, ela se tornou a primeira-ministra que ficou menos tempo no cargo na história do país. Logo após anunciar a renúncia, Truss confirmou que uma votação para substituí-la acontecerá em até uma semana. Fora de seu escritorio, Tuss disse reconhecer que não conseguiria cumprir suas promessas e que, por isso, renunciou ao cargo de líder do Partido Conservador. “Reconheço que, dada a situação, não posso entregar o mandato pelo qual fui eleita pelo Partido Conservador. Portanto, falei com Sua Majestade o Rei para notificá-lo de que estou renunciando ao cargo de líder do Partido Conservador”, afirmou Truss. “Esta manhã encontrei o presidente do Comitê de 1922, Sir Graham Brady. Concordamos que haverá uma eleição de liderança a ser concluída na próxima semana. Isso garantirá que permaneçamos no caminho para entregar nossos planos fiscais e manter a estabilidade econômica e a segurança nacional de nosso país”, continuou a agora ex-premiê britânica.
Truss substituiu Boris Johnson no comando do país, mas vinha sofrendo uma forte pressão para renunciar. O motivo era um plano econômico que revoltou o mercado financeiro e seu partido. Dentre as propostas, estava um corte amplo de impostos no país e um empréstimo bilionário para cobrir os rombos nas contas públicas. A proposta não foi bem recebida no país, que vive a pior inflação nos últimos 40 anos, com a taxa ultrapassando 10%. Mais cedo, o governo negou os rumores de que Truss deixaria o governo antes da implementação do plano, em 31 de outubro. Ao longo da última semana, a crise em seu governo se agravou, com dois ministros deixando o governo, incluindo um dos responsáveis pelo plano.