Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana e líder da extrema direita, negou nesta terça-feira, 25, que tenha simpatia ou proximidade com o fascismo. “Nunca tive qualquer simpatia ou proximidade com regimes antidemocráticos. Por nenhum regime, incluindo o fascismo”, disse em uma tentativa de acabar com as críticas sobre sua militância desde a juventude nos movimentos fundados pelos herdeiros do fascismo. A política de 45 anos, que no sábado prestou juramento como a primeira mulher no cargo de chefe de Governo da Itália, apresentou seu programa de governo e abordou as questões mais delicadas da política internacional. “A Itália é parte plena da Europa e do mundo ocidental”, declarou Meloni com o objetivo de tranquilizar os aliados europeus. “Não vamos frear ou sabotar a UE, e sim torná-la mais eficaz para responder às crises”, acrescentou, depois de destacar que respeitará “as normas em vigor” na questão orçamentária. Durante o discurso no Parlamento, que deve votar a moção de confiança a seu governo, Meloni prometeu que a Itália continuará sendo um “sócio confiável para a Otan“, prosseguirá com o “apoio à Ucrânia e sua oposição à agressão russa”.
A sucessora de Mario Draghi, a quem prestou homenagem, deve obter o voto de confiança sem problemas, pois sua coalizão tem ampla maioria nas duas câmaras. Um ponto delicado que provoca divergências entre seus aliados da coalizão de direita, em particular com o líder do partido Liga, Matteo Salvini, e com o fundador do Força Itália, o magnata Silvio Berlusconi, amigo pessoal do presidente russo, Vladimir Putin. Meloni falou sobre sua proposta para enfrentar a inflação, a crise energética e o risco de recessão na terceira maior economia da zona do euro. A inflação será um assunto “prioritário”, para o qual ela deseja “reforçar as medidas de apoio a famílias e empresas”, uma aposta econômica “que vai esgotar grande parte dos recursos disponíveis”, admitiu. Ao falar sobre os 200 bilhões de euros disponíveis em doações e empréstimos do fundo de recuperação pós-pandemia da União Europeia, ela garantiu que a quantia será gasta “sem demora e sem desperdício”. Meloni prometeu que o governo, o Executivo mais à direita da Itália desde a Segunda Guerra Mundial, “não se desviará um centímetro” dos valores democráticos e que “lutará contra qualquer forma de racismo, antissemitismo, violência política, discriminação”.
*Com informações da AFP