Subiu para 268 o número de mortos em decorrência do terremoto de 5,6 graus na escala Richter que abalou a ilha indonésia de Java na segunda-feira, 21, informou a Agência Nacional para a Gestão de Desastres da Indonésia. Mais de mil pessoas ficaram feridas e 151 desaparecidos, acrescentaram as autoridades, que também informaram que equipes de resgate vasculhavam os escombros de prédios destruídos em busca de sobreviventes. Deslizamentos de terra e terrenos acidentados estavam dificultando os esforços de resgate, segundo Henri Alfiandi, chefe da Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas). “O desafio é que a área afetada está espalhada… Além disso, as estradas nessas vilas estão danificadas”, disse Alfiandi em entrevista coletiva, acrescentando que mais de 13.000 pessoas foram retiradas. A falta de energia também prejudica a operação de resgate. Na manhã desta terça-feira, 22, 89% da rede elétrica de Cianjur havia sido restabelecida, segundo a agência estatal Antara.
O governo da província de Java Ocidental informou, além disso, que muitos dos mortos eram crianças que estavam na escola no momento do terremoto, cujo epicentro esteve a 10 quilômetros de profundidade. A maioria das vítimas do terremoto, ocorrido a apenas 75 quilômetros de Jacarta, morreram atingidas pelo colapso de edificações, segundo informaram as autoridades. As autoridades informaram ainda que 22 mil residências foram destruídas e mais de 58 mil pessoas tiveram que deixar suas casas. O presidente da Indonésia, Joko Widodo, visitou nesta terça-feira as áreas afetadas, enquanto os serviços de emergência trabalham contra o tempo para localizar pessoas vivas entre os escombros e terra que deslizou de encostas. “Minha instrução é priorizar a retirada das vítimas que ainda estão presas sob os escombros”, disse o presidente.
O chefe de Estado visitou pessoas que estão internadas em hospitais de campanha e prometeu ajuda para reconstruir casas, segundo informou a Agência Nacional para a Gestão de Desastres. Entre as vítimas há estudantes de um internato islâmico. Muitas vítimas fatais foram sepultadas por deslizamentos de terra ou pelo desabamento de suas casas. “O quarto desabou e minhas pernas ficaram enterradas nos escombros. Tudo aconteceu muito rápido”, comentou Aprizal Mulyadi, um estudante de 14 anos. Ele conseguiu escapar graças à ajuda do amigo Zulfikar, que pouco depois faleceu ao ficar preso entre os escombros. “Fiquei arrasado ao vê-lo preso, mas não consegui ajudá-lo porque minhas pernas e costas estavam feridas”, explicou. A Indonésia registra com frequência terremotos por estar localizada na região conhecida como “círculo de fogo” do Pacífico, ponto de encontro de placas tectônicas. O país continua marcado pelo terremoto de 26 de dezembro de 2004, de 9,1 graus de magnitude, na costa de Sumatra.O tremor desencadeou um tsunami devastador que matou 220.000 pessoas na região, incluindo 170.000 na Indonésia, uma das maiores catástrofes naturais registradas na história.
*Com informações da Reuters, AFP e EFE