Manifestantes foram às ruas de Xangai, na China, neste domingo, 27, para pedir que o líder-supremo do país, Xi Jinping, renunciasse ao cargo e o fim do Partido Comunista Chinês. As pessoas protestam contra as medidas extremamente rigorosas anti-Covid-19 aplicadas pelo presidente chinês e entraram em confronto com a polícia. A ação é um desafio à maior autoridade do país, que vive um regime político fechado sob o comando do partido único comunista, liderado também por Xi Jinping. Há relatos de que as manifestações tenham se espalhado por pelo menos sete outras cidades, além da capital financeira da China, incluindo a capital oficial, Pequim, e dezenas de campi universitários. Protestos em larga escala são raros na China, já que expressões públicas de dissidência são rotineiramente sufocadas.
Atualmente, a China é o único grande país que ainda tenta interromper a transmissão da Covid-19 a partir de lockdowns e isolamentos severos, em sua política “Covid zero”, que podem durar semanas. Na última sexta-feira, 25, 10 pessoas morreram em um incêndio em um apartamento. Algumas pessoas acreditam que o resgate tenha sido adiado por causa de medidas excessivas de bloqueio. A situação provocou um fim de semana de protestos. Um grupo de manifestantes levou velas, flores e cartazes em homenagem aos que morreram no incêndio para a localidade. Outro grupo, segundo um manifestante que pediu anonimato, foi mais ativo, gritando palavras de ordem e cantando o hino nacional. A atmosfera do protesto encorajou as pessoas a falar sobre tópicos considerados tabus, incluindo o massacre da Praça Tiananmen em 1989, no qual o Partido Comunista ordenou que tropas atirassem em manifestantes estudantis pró-democracia, disse um manifestante não identificado.
*Com informações da AP News