01/12/2022 às 05h51min - Atualizada em 01/12/2022 às 06h23min

Em Washington, Macron defende mais sincronia econômica com os EUA

No primeiro dia da viagem de Estado do presidente francês, ele lamentou as medidas econômicas 'superagressivas' adotadas por Joe Biden para impulsionar a indústria americana

Jovem Pan
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Nesta quarta-feira, 30, Emmanuel Macron lamentou as medidas econômicas “superagressivas” adotadas por Joe Biden para impulsionar a indústria americana e pediu mais coordenação econômica de ambos os lados do Atlântico diante do risco de “dividir o Ocidente”. Esse foi o primeiro dia da viagem de Estado do presidente francês para comemorar os laços franco-americanos, e o chefe de Estado não escondeu a preocupação durante um almoço com parlamentares. “Os subsídios maciços incluídos por Biden em uma lei econômica e social chamada de Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) são superagressivos para nossas empresas”, reclamou o presidente francês: “Não quero me tornar um mercado para os produtos americanos porque tenho exatamente os mesmos produtos que vocês. Tenho uma classe média que precisa trabalhar e pessoas que precisam encontrar trabalho. Talvez vocês resolvam o seu problema, mas vão piorar o meu com esse programa de investimentos maciços”.

“Ponham-se no meu lugar”, acrescentou Macron aos legisladores durante um almoço que deveria se concentrar na mudança climático e no qual pediu para “ser respeitado como um bom amigo”. A França vê com maus olhos o patriotismo econômico do presidente democrata, que segue o lema “Made in USA” (Fabricado nos EUA). Mais tarde, em um discurso na embaixada francesa em Washington, Macron insistiu que o programa de investimentos e subsídios americanos para ajudar suas empresas poderia ser um ponto crítico nas relações dos EUA com a Europa. Apesar de expressar seu apoio às metas ambientais do IRA, Macron disse que “essas são decisões que dividirão o Ocidente”, dizendo aos legisladores americanos que “o que aconteceu nos últimos meses foi desafiador” para a França.

O presidente francês assinalou que não “acredita” que haverá um passo atrás sobre essa lei considerada crucial pela Casa Branca, mas defendeu uma melhor sincronia entre os Estados Unidos e a Europa. A porta-voz de Joe Biden, Karine Jean-Pierre, reiterou a posição de Washington de que esta lei cria “oportunidades significativas para os negócios europeus e para a segurança energética europeia”. “A França é um aliado vital dos Estados Unidos”, afirmou a vice-presidente Kamala Harris horas antes ao dar boas-vindas a Macron na sede da Nasa.

A aliança com os Estados Unidos é “mais forte que tudo”, concordou Macron diante da comunidade francesa na embaixada da França depois de visitar o Cemitério Nacional de Arlington, onde depositou uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido e colocou uma rosa branca na de Pierre Charles L’Enfant, o arquiteto francês que desenhou os planos da capital americana.

À noite, Emmanuel e Brigitte Macron se reuniram com o casal Joe e Jill Biden para um jantar íntimo, antes das cerimônias oficiais marcadas para esta quinta-feira, 1, na Casa Branca. Em setembro de 2021, os Estados Unidos anunciaram uma nova aliança, AUKUS, com Austrália e Reino Unido, irritando a França. Além de ser mantida à margem em uma região-chave do mundo, Paris perdeu, para os EUA, um bilionário contrato de venda de submarinos assinado com Camberra. Além do protecionismo comercial, Macron e Biden falarão nesta quinta-feira de temas como China e Ucrânia.

*Com informações da AFP

Fonte: https://jovempan.com.br/noticias/mundo/em-washington-macron-defende-mais-sincronia-economica-com-os-eua.html

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