Dezenas de lojas do Irã amanheceram com as portas fechadas nesta segunda-feira, 5, em sinal de adesão a greve nacional contra o regime teocrático. Várias cidades, como: Karaj, Isfahan, Shiraz, Bojnourd, Kerman, Sabzevar, Ilam, Ardabil e a própria capital, o Teerã, aderiram ao protesto. O grupo de direitos humanos Hengaw, focado nos curdos, contabilizou ao menos 19 cidades alinhadas à greve geral no oeste do Irã, onde se concentra a maior parte da população curda. A minoria, historicamente marginalizada no país, está no centro dos protestos desde a morte de uma de seus membros. Em comunicado, a tropa de choque e da milícia Basij, ligada à Guarda Revolucionária do Irã, informou que as forças de segurança “não terão misericórdia de desordeiros, bandidos e terroristas”, reiterando as classificações dadas pelo regime aos milhares de manifestantes que vão às ruas do Irã há quase três meses, quando Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, foi morta sob os cuidados da polícia da moral por usar o véu incorretamente.
Essas manifestações sãos a maior onda desde a Revolução Islâmica de 1979. No domingo, 4, o procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, anunciou a dissolução da polícia da moral, um gesto que indica uma pequena vitória para os manifestantes que também lutam pelo fim da obrigatoriedade do uso do véu. Contudo, as informações ainda não foram confirmadas pelo governo. De acordo com a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede na Noruega, ao menos 448 pessoas, incluindo 60 menores de idade e 29 mulheres, morreram na repressão das manifestações após o falecimento da jovem. O número total de morte divergem entre as autoridades. A Guarda Revolucionária diz que os protestos deixaram mais de 300 mortos.
*Com informações da Reuters e AFP