22/12/2022 às 11h26min - Atualizada em 23/12/2022 às 00h00min
Zelensky enfrenta a resistência de republicanos radicais no Congresso dos EUA
Com apelo emocionado no Capitólio, presidente ucraniano tenta angariar apoio por mais ajuda financeira junto à ala cética do partido que assumirá em janeiro o controle da Câmara.
G1
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Com apelo emocionado no Capitólio, presidente ucraniano tenta angariar apoio por mais ajuda financeira junto à ala cética do partido que assumirá em janeiro o controle da Câmara. Volodymyr Zelensky discursa no Congresso dos Estados Unidos, sob aplausos de Kamala Harris e Nancy Pelosi, em 21 de dezembro de 2022.
Mandel Ngan/ AFP
Não foi por acaso que Volodymyr Zelensky desembarcou de surpresa em solo norte-americano às vésperas do Natal para, num discurso apoteótico, tentar convencer legisladores americanos a fornecer mais ajuda militar e econômica à Ucrânia.
O Congresso deve aprovar até o fim da semana um pacote de US$ 45 bilhões (cerca de R$ 232 bilhões) em novos gastos para a Ucrânia, mas vive seus últimos dias de primazia democrata. Em janeiro, os republicanos assumirão o controle da Câmara, e a ala mais radical do partido demonstrou claramente a resistência a “assinar um cheque em branco para Kiev”, como observou o líder da maioria, Kevin McCarthy.
Embora ovacionado no plenário, Zelensky foi cauteloso como um equilibrista em campo minado, para não se fazer parecer tão vinculado ao presidente Biden e aos democratas. “Seu dinheiro não é caridade. É um investimento na segurança global e na democracia, que manejamos da maneira mais responsável.”
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O apelo do presidente ucraniano era um recado aos republicanos sobre a necessidade de que mantenham a união bipartidária sobre a guerra. “Vocês podem acelerar nossa vitória”, assegurou. Boa parte o aplaudiu de pé, mas os mais radicais sequer compareceram. Os que estavam no plenário permaneceram sentados.
De acordo com o levantamento do site “The Hill”, 86 dos 213 republicanos assistiram ao discurso de Zelensky, num indício de que o tema desencadeará uma briga ruidosa no próximo ano legislativo.
Se os moderados respaldam a ajuda à Ucrânia, os céticos alegam que a guerra de Putin não é de interesse americano e que seus gastos são excessivos e desviam a atenção das prioridades domésticas, como, por exemplo, o reforço da fronteira com o México.
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Com a aprovação do pacote de US$ 45 bilhões, os Estados Unidos terão contribuído, desde o início da guerra, em fevereiro, com US$ 110 bilhões (cerca de R$ 568 bilhões) em assistência à Ucrânia.
A visita repentina de Zelensky a Washington obedeceu a outro parâmetro – o climático.
O inverno chegou e, como observou o presidente Biden, vem sendo utilizado como arma de guerra pela Rússia, ao bombardear, com drones, a infraestrutura do país, deixando boa parte da população sem energia elétrica e aquecimento.
Zelensky voltou para Kiev dez horas depois, levando a promessa de Biden de entregar uma bateria de mísseis Patriot para ajudar a Ucrânia a se defender de ataques aéreos. É suficiente?, questionou o presidente ucraniano, para em seguida responder: “Honestamente, não”. Ele indicou que em breve estará de volta aos EUA para pedir mais.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/blog/sandra-cohen/post/2022/12/22/zelensky-enfrenta-a-resistencia-de-republicanos-radicais-no-congresso-americano.ghtml