16/02/2023 às 07h50min - Atualizada em 16/02/2023 às 12h03min

China queria enviar balão chinês abatido ao Havaí, mas trajeto foi desviado por ventos, dizem EUA

Segundo funcionário do governo norte-americano ouvido pela Reuters, balão foi levado por ventos até a costa oeste dos Estados Unidos. Pequim não confirmou a informação.

G1
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Segundo funcionário do governo norte-americano ouvido pela Reuters, balão foi levado por ventos até a costa oeste dos Estados Unidos. Pequim não confirmou a informação. Suposto balão espião da China sobrevoa os Estados Unidos
A trajetória original do balão chinês que foi abatido pelas Forças Armadas dos Estados Unidos era sobrevoar o Havaí e o território norte-americano de Guam, no Pacífico, afirmou nesta quinta-feira (16) um funcionário do governo dos EUA ouvido pela agência de notícias Reuters.
O balão, que, segundo Washington, tinha fins de espionagem, abriu uma grande crise diplomática entre China e Estados Unidos, que colocaram suas Forças Aéreas em alerta máximo por ameaça aérea. Só no último fim de semana, militares derrubaram outros quatro objetos voadores ainda não identificados.
Segundo o funcionário ouvido pela Reuters na condição de anonimato, o balão teve seu curso original desviado por conta de ventos predominantes, que acabaram levanto o equipamento até a costa oeste dos Estados Unidos.
No caminho, o balão então cruzou as ilhas Aleutas, no Alasca, depois o Canadá e o centro dos Estados Unidos antes de ser abatido pelos militares norte-americanos na costa da Carolina do Sul no início do mês.
Também nesta quinta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, não respondeu a uma pergunta sobre se o balão deveria sobrevoar Guam e o Havaí antes de ser desviado de sua trajetória, repetindo a posição chinesa de que os Estados Unidos não deveriam " exagerar".
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Na terça-feira (14), o jornal "Washington Post" afirmou que as agências militares e de inteligência dos Estados Unidos rastrearam o balão desde quando ele decolou da ilha de Hainan, perto da costa sul da China.
Já Washington afirmou na segunda-feira (13) ter recuperado no mar radares que estavam dentro do balão e que provariam a espionagem. Pequim nega.
O incidente prejudicou ainda mais as relações EUA-China e levou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a adiar uma visita planejada a Pequim na semana passada.
Veja abaixo a cronologia das aparições e o que se sabe até o momento:
O que foi identificado e quando?
O primeiro objeto voador a ser identificado pela força aérea norte-americana foi um balão: uma estrutura com a parte superior branca e um aparato tecnológico acoplado na parte de baixo.
Segundo o Pentágono (sede da defesa dos EUA) informou na quinta-feira (2), o artefato sobrevoava o estado de Montana, mas teria adentrado o país pelo Alasca e já estava em território norte-americano há alguns dias, sendo monitorado pela aeronáutica.
O objeto foi abatido dois dias após o comunicado do Pentágono, no sábado (4), e gerou uma crise diplomática entre EUA e China.
Qual a resposta da China?
Assim que os EUA identificaram o balão em seu espaço aéreo, a China afirmou que ele não passava de um aparato tecnológico usado para pesquisas meteorológicas que havia sido desviado de sua rota pelos ventos e teria viajado, assim, até o território americano.
Enquanto o governo norte-americano acusou a China de ter usado o balão para espionagem, representantes do gigante asiático alegaram que o artefato teria fins científicos e expressaram “forte insatisfação e protesto contra o uso da força pelos EUA para atacar aeronaves civis não tripuladas”.
O que os destroços mostraram sobre o objeto?
Na terça-feira (7), os EUA divulgaram imagens da retirada dos destroços do balão do mar. “Pudemos estudar e escrutinar o balão e seus equipamentos, o que foi valioso”, chegou a dizer um oficial do Pentágono.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o balão era “claramente para a vigilância de inteligência e era inconsistente com o equipamento encontrado nos balões meteorológicos”. "Tinha múltiplas antenas para incluir uma matriz provavelmente capaz de coletar e geolocalizar comunicações", afirmou o Departamento em nota oficial.
"Estava equipado com painéis solares suficientemente grandes para produzir a energia necessária para operar múltiplos sensores ativos de coleta de dados de inteligência", detalhou um funcionário do governo norte-americano, sob condição de anonimato.
Sexta-feira, 10 de fevereiro: OVNI (objeto voador não identificado) no Alasca
A segunda aparição também aconteceu nos Estados Unidos, no estado do Alasca. O objeto foi derrubado pelas Forças Armadas norte-americanas, por ordem do presidente, Joe Biden.
Nesse caso, no entanto, ainda não houve uma confirmação oficial sobre qual seria o objeto ou sobre a sua origem.
O que se sabe é que o artefato voava a uma altitude que o tornava uma ameaça potencial para aeronaves civis, que estava indo para a direção nordeste e que não havia indicações de que poderia ser dirigido.
Além disso, segundo o governo norte-americano, o objeto possuía o tamanho de um carro pequeno – diferente do tamanho do balão chinês – e não havia indicações de que se tratava de uma ameaça militar.
“Não temos mais detalhes neste momento sobre o objeto, incluindo suas capacidades, propósitos ou origem”, informou o Comando de Defesa norte-americano.
Sábado, 11 de fevereiro: OVNI em Yukon, no Canadá
Outra aparição aconteceu no sábado (11), em Yukon, no noroeste do Canadá – território vizinho ao Alasca. Nesse caso, a ordem de derrubada do objeto foi dada pelo primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
"Ordenei a derrubada de um objeto não identificado que violou o espaço aéreo canadense", anunciou.
O premiê não deu mais detalhes sobre o que seria o objeto ou qual seria sua trajetória ou origem. Ele afirmou, no entanto, que o aparato "representava uma ameaça razoável á segurança do voo civil".
Trudeau conversou com o presidente norte-americano, Joe Biden, e assegurou que as Forças Armadas canadenses já atuam para recuperar os destroços para analisá-los.
No domingo (12), o espaço aéreo sobre o Lago Michigan, no norte dos EUA e em uma região perto da divisa com o Canadá, foi fechado pela Autoridade de Aviação Civil americana (FAA). O motivo teria sido por "defesa nacional". O espaço logo foi reaberto.
Domingo, 12 de fevereiro: OVNI em Shandong, na China
Uma das aparições mais recentes aconteceu do outro lado do mundo neste domingo (12). Autoridades da província de Shandong, no leste da China, afirmaram ter avistado um objeto não identificado sobrevoando o mar perto da cidade costeira de Rizhao.
O governo chinês também não deu mais detalhes sobre o que seria o objeto ou se foi possível identificar qual seria sua origem.
Pescadores da região foram avisados, por meio de mensagens, para se manterem seguros.
Segundo a imprensa local, o aparato deve ser derrubado a qualquer momento, o que não havia ocorrido até a última atualização desta reportagem.
Domingo, 12 de fevereiro: OVNI no Lago Huron, nos EUA
Ainda no domingo, os militares dos Estados Unidos afirmaram que derrubaram um outro objeto voador, desta vez sobre o Lago Huron, perto da fronteira entre os EUA e o Canadá. Essa foi a quarta interceptação desse tipo por caças norte-americanos neste mês.
A informação inicial foi publicada pelo deputado Jack Bergman, do estado de Michigan, no Twitter.
Os oficiais não deram detalhes sobre a última aparição do objeto e não informaram se o aparato era manobrável ou se estava simplesmente flutuando com as correntes de ar.
Em comunicado oficial, o Pentágono afirmou que o objeto foi abatido às 14h42 deste domingo por um caça F-16, a uma altitude de 6.100 metros, por ordens do presidente norte-americano, Joe Biden.
De acordo com o órgão, embora não representasse uma ameaça militar, o objeto poderia ter potencialmente interferido no tráfego aéreo local e poderia ter atividades de vigilância.
Um oficial das Forças Armadas disse que o objeto tinha uma estrutura octogonal, com cordas penduradas e que aparentemente não carregava nenhuma carga.
O objeto havia sido detectado recentemente sobre o estado de Montana, perto de áreas militares norte-americanas, o que levou ao fechamento do espaço aéreo na região momentaneamente.
O objeto ainda não foi localizado e, segundo uma autoridade norte-americana, deve ter caído em águas que pertencem ao território do Canadá na hora em que foi abatido.
Funcionários do Pentágono disseram que têm examinado o radar mais atentamente nos últimos dias e afirmaram que ainda não foram capazes de identificar quais são os objetos recentemente encontrados ou por quanto tempo permanecem no ar.
De acordo com as autoridades norte-americanas, os episódios sobre os objetos voadores serão incluídos em um relatório de inteligência que será enviado ao Congresso Nacional dos EUA na segunda-feira (13).

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/02/16/china-queria-enviar-balao-chines-abatido-ao-havai-mas-foi-desviado-do-curso-dizem-eua.ghtml
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