26/02/2023 às 05h00min - Atualizada em 26/02/2023 às 06h03min

Destroços encontrados na costa dos EUA podem ser do primeiro navio a vapor que cruzou o Atlântico

O SS Savannah encalhou em 1821 e se desintegrou. Os restos do navio nunca foram encontrados, mas pode ser que agora algumas peças tenham aparecido no litoral do estado de Nova York.

G1
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O SS Savannah encalhou em 1821 e se desintegrou. Os restos do navio nunca foram encontrados, mas pode ser que agora algumas peças tenham aparecido no litoral do estado de Nova York. Pintura de 1819 do SS Savannah por Hunter Wood
Savannah Morning News via AP
Alguns destroços que apareceram na costa do estado de Nova York, nos EUA, após uma tempestade no ano passado provavelmente fizeram parte do navio SS Savannah, o primeiro navio movido parcialmente a vapor que cruzou o Atlântico, em 1819 e, dois anos depois, encalhou e se desintegrou.
Peças de aproximadamente 4 metros quadrados foram descobertas em outubro, perto da ilha de Fire Island, e agora está sob custódia da Fire Island Lighthouse Preservation Society.
A entidade vai cooperar com funcionários do Serviço Nacional de Parques para identificar os destroços e colocá-los em exibição pública.
Betsy DeMaria, uma técnica de museu do serviço de parques de Fire Island, afirmou que os especialistas devem ir até o local para “dar uma olhada e nos ajudar a ter uma visão melhor do que temos aqui”.
Tony Femminella e Betsy DeMaria, da Sociedade de Preservação de Fire Island, em 27 de janeiro de 2023
Steve Pfost/Newsday via AP
Pode ser difícil identificar os destroços com 100% de certeza, mas os funcionários do serviço de parques disseram que, entre os navios naufragados perto desse trecho de litoral, há uma boa chance de os destroços serem do Savannah.
Os restos do Savannah são procurados há mais de dois séculos, mas ainda não foi encontrado nada que pudesse, com certeza, ser do navio.
Os destroços recém-descobertos, no entanto, "muito bem podem ser" um pedaço do barco histórico, disse Ira Breskin, professor sênior da State University of New York Maritime College, no Bronx.
O Savannah foi construído em 1818. Era uma embarcação de 30,5 metros de comprimento.
Estacas de madeira que seguram tábuas dos destroços encontrados são compatíveis com uma embarcação de cerca de 30 metros.
Além disso, disseram as autoridades, as pontas de ferro dos destroços sugerem um navio construído por volta de 1820.
Breskin, autor de "O Negócio da Navegação”, afirma que o uso de energia a vapor pelo Savannah era tão avançado para a época que o dia 24 de maio de 1819, o início de sua viagem transatlântica, é comemorado como o Dia Marítimo Nacional. “É importante porque eles estavam basicamente tentando mostrar a viabilidade de uma máquina a vapor para cruzar o mar”, disse ele.
Breskin disse que um arqueólogo náutico deve ser capaz de ajudar a identificar os destroços da Fire Island, que parecem ser de Savannah. “É plausível, importante e é uma história viva se os cientistas confirmarem que é o que pensamos”, disse ele.
O barco era um veleiro equipado com um motor a vapor de 90 cavalos. Ele saiu de Savannah, no estado da Geórgia, com destino final em Liverpool, na Inglaterra. A viagem foi movida principalmente a vela —a energia a vapor foi usada por 80 horas.
Depois de Liverpool, o Savannah navegou para a Suécia e para a Rússia. Nesses dois destinos, o navio foi aplaudido por multidões ao atracar nos portos. Depois disso, o barco voltou para seu porto de origem, no estado da Geórgia.
Apesar do sucesso tecnológico, o navio foi um fracasso financeiro, em parte porque as pessoas tinham medo de viajar no navio híbrido. O motor a vapor do Savannah foi removido e vendido depois que os proprietários do navio tiveram perdas em um incêndio, em 1820.
O Savannah estava transportando carga entre Savannah e Nova York quando encalhou em Fire Island. Mais tarde, se desintegrou. A tripulação chegou em segurança à costa, e a carga de algodão foi recuperada.

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2023/02/26/destrocos-encontrados-na-costa-dos-eua-podem-ser-do-primeiro-navio-a-vapor-que-cruzou-o-atlantico.ghtml
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