Delegações estrangeiras que visitaram a 23ª feira Expodireto Cotrijal, encerrada no dia 10 em Não-Me-Toque, aproveitaram para conhecer outras realizações do setor no Estado. No fim de semana, grupos da China, Emirados Árabes, Gana e Nigéria estiveram na Estação Experimental do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha (Região Metropolitana de Porto Alegre).
Promovida pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), a iniciativa teve por finalidade a prospecção de mercado. O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% do arroz produzido no Brasil – o cultivo é realizado em 183 municípios gaúchos. O grupo conheceu de perto estruturas, laboratórios e programas de pesquisa e extensão.
Presente no encontro, o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DPCI) do Irga, Evaldo Silva Júnior, relatou o interesse do representante da Nigéria na tecnologia aplicada ao plantio, inclusive na rotação de culturas do grão com milho e soja. A conversa também se mostrou promissora com o Emirados Árabes, que importam arroz para os estoques de segurança da Índia e Paquistão.
Um dos objetivos dessa aproximação pós-Expodireto é incluir o Brasil na rota de exportação do grão para os árabes, com o intuito de regular estoques e, posteriormente, ampliação para a área comercial. Outra possibilidade que se vislumbra é um acordo tecnológico para plantio de arroz em áreas do deserto, como já acontece com algumas culturas.
“Há a possibilidade de ocorrer outra missão ao país em dezembro, para avançar nas questões agrícolas e de produção de alimentos, considerando as condições de clima e solo no deserto”, ressaltou Evaldo.
Com a palavra, os secretários estaduais
O titular da Sedec, Ernani Polo, acrescentou que ajustar acordos internacionais para expandir a tecnologia de plantio gaúcha às lavouras do mundo para receber em troca benefícios comerciais é uma relação justa e que agrega aos envolvidos:
“São diálogos que já acontecem há tempo, estão amadurecendo e hoje permitem ao Rio Grande do Sul estar preparado para avançar a sua rota internacional, não apenas como fornecedor de alimentos mas como referência em pesquisa e tecnologia, aspecto que acaba entrando nos acordos internacionais. Além de promover emprego e geração de renda, queremos atrair investimentos”.
Já o titular da Seapi, Giovani Feltes, chamou a atenção para a importância desses acordos bilaterais. “São novas oportunidades para escoar a produção rural”, reiterou. Após a visita técnica, foram oferecidos às delegações os tradicionais arroz-de-carreteiro e arroz-de-leite elaborados pela equipe de gastronomia da autarquia.
(Marcello Campos)