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Um estudo realizado por médicos australianos mostra que dirigir depois de dormir menos que cinco horas por dia pode ter efeito semelhante ao de conduzir um veículo após quatro taças de vinho ou mais de um litro de cerveja.
O artigo publicado pela revista Nature and Science of Sleep, que é dedicada à saúde do sono, relata que 20% dos acidentes de trânsito ocorrem por cansaço do motorista. Os pesquisadores que participaram do estudo defendem que é preciso estabelecer critérios de cansaço para controlar pessoas que estão incapacitadas de dirigir, assim como é feito com condutores que beberam.
As chances de sofrer um acidente de trânsito praticamente dobram para motoristas que dormiram pouco quando são comparados aos que tiveram as oito horas de sono — a marca é considerada ideal pelos pesquisadores para um descanso pleno. Os condutores que não dormiram bem, segundo eles, são mais distraídos, dirigem mais devagar e têm uma capacidade de reflexo semelhante à de quem bebeu.
“As evidências científicas devem ser levadas em consideração para pensar no impacto potencial da fadiga nas nossas estradas e em como regulamentar isso de maneira efetiva e que possa ser aplicada de forma prática”, defendem os autores do estudo.
Em um teste de direção simulada feito pelos médicos, os motoristas que dormiram mal bateram o carro seis vezes mais quando comparados com os descansados. Os que dormiram apenas de 2h às 7h da manhã tiveram mais colisões, invasões de faixa e outras infrações do que os que foram deitar às 23h.
O problema pode ser ainda pior para motoristas jovens. Quando os condutores com média de idade de 24 anos foram comparados aos de 53 anos e ambos os grupos passaram por uma noite inteira sem dormir, os mais jovens invadiram a faixa do outro carro duas vezes mais.
Mas tudo tem conserto. As chances de acabar “pescando” enquanto dirige são maiores durante a tarde. Portanto, se o cansado conseguir dormir um pouco depois do almoço, as chances de recuperar a atenção na hora de voltar para casa são altas.
Além disso, o desempenho dos motoristas melhora proporcionalmente a cada hora dormida até chegar ao nível das seis horas mínimas recomendadas: ou seja, qualquer descanso já é melhor que nenhum.
Metrópoles
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