A comissão especial do hidrogênio verde no Senado realizou audiência, na quarta-feira (24), em Brasília, sobre as diferentes estratégias dos Estados para a produção do combustível. O secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, apresentou o que está sendo feito no Rio Grande do Sul.
Inicialmente, Lemos destacou que o Estado encomendou, para a empresa McKinsey, um estudo de avaliação do potencial e das perspectivas do mercado de hidrogênio verde (H2V) – gerado por meio de energia limpa, sobretudo eólica e solar, sem lançar gás causador de efeito estufa na atmosfera.
A consultoria americana elaborou um plano detalhado para o desenvolvimento econômico do setor, apontando oportunidades para o RS. “O hidrogênio verde é uma das alavancas da descarbonização, e o Rio Grande do Sul aderiu, assim como outros Estados, ao compromisso de neutralizar o carbono até 2050”, ressaltou o secretário-chefe.
Também participaram da audiência representantes dos governos do Ceará, de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Lemos afirmou que não há disputa entre os Estados, porque, “mesmo produzindo o máximo por aqui, será insuficiente para atender a demanda mundial”.
Atualmente, 80% da matriz energética gaúcha é de fonte renovável. Conforme Lemos, o Rio Grande do Sul tem ótimas condições de vento para a geração de energia eólica e um cenário satisfatório para a geração solar. “Há parques eólicos licenciados, apenas aguardando o início dos investimentos”, explicou. Além disso, já existem linhas de transmissão com capacidade para distribuir a energia que venha a ser produzida.
Outra facilidade apresentada pelo secretário é a estrutura portuária gaúcha propícia para o escoamento da produção devido à posição estratégica e à sinergia com diferentes cadeias produtivas. O estudo da consultoria McKinsey apontou ainda que o Estado tem potencial para desenvolver essa cadeia e ser líder no país, com um diferencial: há mercado interno para suportar o início da produção.
Presidida pelo senador Cid Gomes, a comissão tem a finalidade de discutir a implantação e operação de projetos no Brasil relacionados a essa fonte energética limpa. Lemos disse que agora é preciso avançar na regulação do hidrogênio verde no país – com regras sobre como empresas poderão atuar no mercado.