Foto: PA MEDIA.
A confirmação da morte de todas as pessoas a bordo do submersível Titan, que desapareceu no último domingo (18/06) enquanto fazia uma expedição até o naufrágio do Titanic, significa que a gigantesca operação de busca montada nas águas do Oceano Atlântico tem novas prioridades.
A Guarda Costeira americana confirmou na tarde de quinta-feira que todos os cinco ocupantes da embarcação morreram após o que provavelmente foi uma “implosão catastrófica” do submersível, que pertencia à empresa OceanGate.
Mas muitas perguntas sobre o que aconteceu exatamente permanecem em aberto — e fazer todo o possível para tentar respondê-las será o foco daqui para frente.
O contra-almirante John Mauger disse que não poderia confirmar se a Guarda Costeira dos EUA seria capaz de localizar ou não os corpos das vítimas.
Os ocupantes do submersível eram o bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos; o magnata britânico de origem paquistanesa Shahzada Dawood, de 48 anos, e seu filho, Suleman Dawood; o CEO da OceanGate, Stockton Rush; e o ex-mergulhador da Marinha francesa Paul-Henry Nargeolet.
Não está claro neste momento qual agência vai conduzir a investigação, uma vez que não há protocolo para incidentes deste tipo com um submersível.
Mauger disse que o incidente foi particularmente complexo porque aconteceu em uma parte remota do oceano, envolvendo pessoas de diferentes nacionalidades.
Mas, tendo desempenhado um papel de liderança na operação até agora, a Guarda Costeira americana provavelmente vai continuar tendo um papel importante.
O contra-almirante disse que vai continuar a investigar a área do campo de destroços — e várias embarcações, equipes médicas e técnicos permanecem no local. As equipes vão começar a ser desmobilizadas nas próximas 24 horas.
Os veículos de operação remota (ROVs, na sigla em inglês) que vasculham o fundo do mar ao redor do naufrágio do Titanic também vão permanecer lá por enquanto.
“Não tenho um cronograma para quando pretendemos interromper as operações remotas no fundo do mar neste momento”, informou Mauger.
Vai ser fundamental recolher o máximo possível de destroços, incluindo pedaços da fibra de carbono de que era feita parte da embarcação, para que as autoridades entendam o que aconteceu.
Os esforços para mapear a área em que partes do Titan foram encontradas continuam.
Paul Hankin, especialista em fundo do mar, explicou que as buscas até agora encontraram cinco pedaços principais de destroços, usados para confirmar que era o submarino desaparecido.
Entre eles, estão o cone do nariz e a parte dianteira e traseira do casco de pressão.
O contra-almirante Mauger disse que os governos dos países envolvidos no incidente estão se reunindo para discutir como vai ser a investigação.
Os envolvidos em qualquer investigação vão tentar confirmar a teoria de que uma implosão causou a morte dos que estavam a bordo do Titan — e, se for confirmado, quando e por que isso aconteceu.
Ele acrescentou que, embora o escopo disso esteja fora da sua alçada, questões mais amplas sobre regulamentações e padrões para missões subaquáticas do tipo provavelmente vão ser o foco de uma análise futura.
Outra potencial fonte de informação sobre o que aconteceu exatamente com o Titan podem ser os hidrofones — microfones subaquáticos usados para ouvir testes ilícitos de armas nucleares.
Isso ajudou a estabelecer, por exemplo, que o submarino argentino San Juan havia implodido após desaparecer na costa do país em 2017.
Os hidrofones podem muito bem ter capturado o fim do Titan, fornecendo o momento exato de quando a tragédia aconteceu.
A Marinha dos EUA detectou sons “consistentes com uma implosão” logo após o submersível perder contato, informou um oficial da Marinha.
Créditos: BBC.
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