Segundo pesquisa do jornal “El Universo” publicada na terça-feira (8), ele era o quinto colocado na corrida. O país enfrenta hoje um aumento da violência relacionado ao tráfico de drogas.
Um suspeito do crime morreu em um tiroteio com agentes de segurança pouco depois. O Ministério Público do país informou em redes sociais que o homem, “ferido durante uma troca de tiros com agentes de segurança, foi detido e levado em estado grave para a Unidade de Flagrantes em Quito”.
“Uma ambulância do Corpo de Bombeiros confirmou a morte. A polícia procedeu com a remoção do corpo”, acrescentou o Ministério Público sobre o suposto autor do assassinato de Villavicencio, que foi baleado na cabeça ao sair de um comício na região central da capital equatoriana.
Até o momento, não foram divulgadas mais informações sobre os autores do ataque, nem se ele foi cometido por um único atirador ou se havia outras pessoas envolvidas. O movimento político Constrói, que tinha Villavicencio como candidato à presidência, denunciou nas redes sociais que homens armados haviam atacado seus escritórios de campanha em Quito poucas horas depois do atentado contra o político.
Como resultado desse atentado, outras pessoas que estavam no comício também ficaram feridas e foram levadas a um hospital, incluindo um candidato a deputado e dois policiais. O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou, na noite desta quarta-feira (9), estado de emergência no país durante 60 dias.
O postulante ao cargo de chefe do Executivo equatoriano fazia parte do Movimento Construye (MC25), era jornalista investigativo e político. Ele se considerava de centro-direita. Durante a sua carreira no jornalismo, Villavicencio, de 59 anos, denunciou casos de corrupção. Ele acusou o ex-presidente Rafael Correa de crimes contra a humanidade.
Fernando Villavicencio se declarou perseguido pelo governo equatoriano quando foi condenado a 18 anos de prisão, em 2014, por injúrias contra Correa. O jornalista e político chegou a se exilar no Peru.
O político nasceu em Sevilla, no Equador, mas mudou com sua família aos 13 anos para Quito, capital do país. Fernando era o mais velho de seis irmãos. Ao longo de sua adolescência estudava pela noite e trabalhava durante o dia para ajudar a sustentar a sua família.
Na carreira política, Villavicencio foi membro da Comissão de Fiscalização da Assembleia entre 2021 e 2023, onde apresentou 24 relatórios contra uma grande hidrelétrica do país por falhas estruturais. Villavicencio se declarava como defensor dos direitos dos povos indígenas e dos trabalhadores.
Fernando se colocava como opositor do governo de Guillermo Lasso, atual presidente do Equador.
Há pouco mais de dois anos, o Equador vem passando pela pior crise de segurança e violência do crime organizado de sua história, o que levou a encerrar 2022 com a maior taxa de mortes violentas de sua história, registrando 25,32 por 100 mil habitantes. Villavicencio era um dos oito candidatos presidenciais registrados para essas eleições gerais extraordinárias.
Chocados com o crime, vários deles já anunciaram que suspenderam suas campanhas e pediram um pacto contra a insegurança. De acordo com o governo, o aumento da crise de insegurança está associado principalmente ao crime organizado e ao tráfico de drogas, que ganhou força no litoral e transformou os portos equatorianos em importantes polos de envio de cocaína para Europa e América do Norte.
Fontes: Jovem Pan e Metrópoles.