12/09/2023 às 08h03min - Atualizada em 12/09/2023 às 08h03min

Tempestade deixa 2.000 mortos, 10.000 desaparecidos e cria “cidade fantasma” na Líbia

Imagem: MetSul.

Cerca de 2.000 pessoas morreram e 10.000 estão desaparecidas após as chuvas provocadas pela tempestade Daniel causaram o rompimento de duas barragens no nordeste da Líbia, fazendo com que a água fluísse para áreas já inundadas.

 

Cerca de 6.000 pessoas estão desaparecidas só na cidade de Derna, disse Othman Abduljalil, ministro da Saúde do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, à TV Almasar da Líbia.

 

Abduljalil, ministro da Saúde do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, visitou Derna, a cidade mais atingida do país, na segunda-feira (12), descrevendo partes dela como uma “cidade fantasma”.

 

“Há famílias ainda presas dentro de suas casas e há vítimas sob os escombros. Presumo que as pessoas tenham sido arrastadas para o mar e amanhã (terça-feira) de manhã encontraremos muitas delas”, disse ele.

 

Derna é apenas uma área afetada pelas inundações que varreram várias cidades no nordeste do país, na costa do Mar Mediterrâneo.

 

A chuva é o resultado de um sistema muito forte de baixa pressão que provocou inundações catastróficas na Grécia na semana passada e deslocou-se para o Mediterrâneo antes de se transformar num ciclone tropical conhecido como Medicane (do inglês, furacão do Mediterrâneo). O sistema climático é semelhante às tempestades tropicais e furacões no Atlântico ou aos tufões no Pacífico.

 

Anteriormente, a Cruz Vermelha da Líbia estimou que mais de 300 pessoas morreram em Derna, de acordo com uma publicação nas redes sociais.

 

As casas nos vales foram arrastadas por fortes correntes lamacentas que transportavam veículos e detritos, acrescentou. As linhas telefônicas na cidade também caíram, complicando os esforços de resgate, disse Aly, com os trabalhadores impossibilitados de entrar em Derna devido à forte destruição.

 

“A Líbia não estava preparada para uma catástrofe como esta. Nunca testemunhou esse nível de catástrofe antes. Admitimos que houve deficiências, embora esta seja a primeira vez que enfrentamos esse nível de catástrofe”, disse Aly ao canal Al Hurra anteriormente.

 

A Líbia, um país de seis milhões de habitantes, está dividida entre facções em conflito desde 2014, após a revolta de 2011 apoiada pela Otan contra Muammar Gadhafi.

 

O chefe do governo apoiado pelo parlamento oriental da Líbia, Osama Hamad, descreveu a situação como “catastrófica e sem precedentes”, de acordo com um relatório da organização de notícias estatal Agência de Notícias da Líbia (LANA).

 

Aviões turcos que entregam ajuda humanitária chegaram à Líbia, segundo a Autoridade de Gestão de Emergências da Turquia (AFAD) nesta terça-feira (12).

 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que o país enviaria 168 equipes de busca e resgate e ajuda humanitária para Benghazi, segundo a agência de notícias estatal Anadoulu Agency na terça-feira.

 

A Embaixada dos EUA na Líbia disse no X, que estava em “contato próximo com as Nações Unidas e com as autoridades na Líbia para determinar a rapidez com que podemos levar a assistência onde é mais necessária”.



 
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