As mudanças podem trazer consequências para a reprodução de animais, como os pinguins, que criam seus filhotes no gelo marinho, além de acelerar o aquecimento global ao diminuir a quantidade de luz refletida para o espaço. O gelo marinho da Antártida derrete durante o verão e volta a formar-se no inverno, estação que acabou de terminar no Hemisfério Sul.
Em 10 de setembro, o gelo marinho na Antártida atingiu uma extensão máxima anual de 16,96 milhões de quilômetros quadrados, estabelecendo a menor máxima no registro de satélite, que começou a ser feito em 1979. Conforme o NSIDC, trata-se de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados a menos do que o recorde anterior, estabelecido em 1986. Esse tamanho é equivalente a quase o dobro da área da França.
Esta é a primeira vez que a extensão do gelo marinho não ultrapassa os 17 milhões de quilômetros quadrados, caindo mais de 1 milhão de quilômetros quadrados abaixo do recorde anterior. "Existe alguma preocupação de que este possa ser o início de uma tendência de declínio a longo prazo do gelo marinho da Antártida, uma vez que os oceanos estão aquecendo globalmente e a mistura de água quente na camada polar do Oceano Antártico poderá continuar", afirma o NSIDC.
Equilíbrio
O Oceano Antártico e o seu gelo marinho são componentes importantes do equilíbrio energético da Terra, refletindo a luz solar de volta para o espaço e sustentando um rico ecossistema à beira do gelo. Além disso, se a extensão dramaticamente menor do gelo marinho continuar até o verão de 2024 e mais além, muito mais da costa da Antártida ficará exposta às ondas oceânicas e ao clima marinho, de acordo com o monitoramento.
"Isto pode levar a dois impactos opostos: erosão do gelo costeiro mais perene e das plataformas de gelo, desestabilizando a camada de gelo ou o aumento da acumulação perto da costa, compensando em parte a ameaça da subida do nível do mar", afirma o centro nacional.
Em fevereiro, no auge do verão austral, o gelo marinho da Antártida atingiu o seu ponto mais baixo, com uma extensão mínima de 1,79 milhão de quilômetros quadrados, um recorde de derretimento, segundo o NSIDC. Posteriormente, o gelo marinho voltou a formar-se a um ritmo lentamente incomum, apesar da chegada do inverno.
Ártico
O fenômeno é global. Estudo científico de junho apontou que o gelo marinho do Ártico poderá desaparecer completamente na década de 2030. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Créditos: Portal R7.