BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O presidente Javier Milei prometeu "sanções severas" a quem bloquear ruas e impedir a livre circulação na Argentina, em um claro aviso aos chamados "piqueteiros", conjunto de organizações que usa o fechamento de vias como principal meio de protesto no país, em atos formados em grande parte por desempregados.
Em um breve anúncio, o novo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, afirmou que, "por instrução do presidente e contemplando o conceito de 'dentro da lei tudo, fora da lei nada'" -frase que tem repetido-, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, vai anunciar um "protocolo para a manutenção da ordem pública" às 16h45 desta quinta (14).
O plano, segundo ele, "incluirá sanções severas a todos aqueles envolvidos em impedir a livre circulação dos argentinos". "Isso inclui quem bloqueia, quem transporta, quem organiza e quem financia." Bullrich, que foi rival de Milei nas eleições e ficou em terceiro lugar, é conhecida pelo discurso "linha-dura" contra essas organizações.
Uma das entidades que lideram os "piqueteiros" é o Polo Obrero (polo operário, em português), composto por trabalhadores desempregados ou de baixa renda. Junto a grandes centrais sindicais do país, suas lideranças já anunciaram um grande protesto contra Milei na próxima quarta (20).
A data marca os 22 anos das violentas manifestações que tomaram o país na crise econômica, política e social de 2001, levando à renúncia do presidente Fernando de la Rúa no dia seguinte.
"O Estado não pode retirar a assistência social de ninguém por se manifestar exigindo seu aumento. O direito ao protesto está garantido na Constituição Federal. Vamos defender nossas reivindicações nas ruas", publicou o Polo Obreiro nas redes sociais nesta quarta (13), em um recado do líder Chiquito Belliboni.
"El que corta no cobra" (quem bloqueia ruas não recebe benefício social), disse Milei em seu discurso de posse nas escadarias do Congresso Nacional no último domingo (10). Ele promete acabar com a intermediação que as organizações sociais fazem entre o governo e a população que recebe os planos.
Créditos: Portal R7.